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Demanda por crédito do consumidor sobe 1,8%
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
30/11/2010 | 07:30
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O apetite dos consumidores por dinheiro emprestado não para de crescer. Segundo relatório de operações de crédito do BC (Banco Central), o volume contratado pelas famílias em outubro subiu 1,8% sobre o mês anterior, atingindo R$ 743,5 bilhões. E os financiamentos de veículos apresentaram destaque dentro deste montante. Com R$ 130 bilhões, a modalidade evoluiu 3,7% sobre setembro e 44% ante outubro de 2009.

Emparelhando o mês passado com outubro de 2009, os consumidores contrataram 19,5% a mais de crédito. O crescimento do montante anual - em comparação com o resultado de dezembro do ano passado - chegou a 16,9%.

Os empréstimos com recursos direcionados, que são vinculados a algum tipo de programa ou projeto governamental, tiveram maior evolução na comparação anual, com 26,4%. Ao todo, este segmento teve R$ 206,1 bilhões emprestados.

Uma das modalidades de crédito que se encaixam nos recursos direcionados é o financiamento imobiliário com verba do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Por outro lado, o volume de crédito com recursos livres de outubro, R$ 537,4 bilhões, teve engorda de 1,6% na comparação mensal. No ano, o avanço foi de 14,4% e em 12 meses subiu 17,1%.

VEÍCULOS - Acompanhando o movimento de todas as modalidades de crédito, a demanda por financiamentos de veículos no mês passado teve destaque. Com R$ 130 bilhões contratados, o segmento expandiu 3,7% na comparação mensal. Em 2009, o mesmo período apresentou avanço equivalente de 2,4%.

Essa modalidade de crédito sobe degraus desde maio do ano passado. Antes daquele mês, houve duas quedas mensais consecutivas no montante emprestado.

Emparelhando outubro com dezembro do ano passado, os financiamentos de veículos cresceram 38,2%. Este avanço foi bem superior ao ocorrido em 2009 no mesmo mês, quando o percentual chegou a 9,3%.

ATRASO - O índice de inadimplência dos consumidores, com atrasos que superam 90 dias do vencimento do débito, ficou estável em outubro ante o mês anterior, com 6%. Mas em relação a outubro de 2009, houve decréscimo de 2,1 pontos percentuais. E sobre dezembro, a regressão atingiu 1,7 ponto percentual.

No entanto, os juros do crédito referencial para as famílias - BC considerou R$ 402,7 bilhões do total - aumentou um ponto percentual. Enquanto em setembro a taxa média era de 39,4% ao mês, em outubro foi de 40,4% ao mês.

 

Número de empréstimos caiu 14,8% sobre setembro 

O número de empréstimos pessoais em outubro caiu 14,8% em comparação com setembro, passando de 6.548 contratos para 5.582 negócios fechados. Com isso, o crédito consignado também perdeu representatividade nos empréstimos pessoais, significando 60,4% do montante ante 60,6% em setembro.

Considerando o modo de emprestar dinheiro mais interessante para os trabalhadores, o consignado não ofereceu boa notícia para quem o contratou no mês passado. Os juros médios dessas operações ficaram iguais ao de setembro em 26% ao mês.

Mesmo assim, a taxa está bem abaixo do que é cobrado em outras modalidades. Segundo relatório de crédito do Banco Central, a média dos juros em todas as operações de crédito pessoal foi de 43,6% ao mês em outubro. Esta média inclui o consignado, tendo em vista que desconsiderando-o, a média beirou os 57% ao mês.

As taxas baixas do consignado existem porque as instituições financeiras têm menos risco de inadimplência. As parcelas deste crédito são descontadas diretamente na folha de pagamento do trabalhador. E para adquirir esta modalidade, o consumidor deve conversar com a administração de sua empresa e verificar se ela é vinculada a algum banco com o serviço.

FAIXA - O BC divide o volume de empréstimos pessoais em três faixas de valores. Mas os resultados têm atraso de um mês. A maior foi a de contratações entre R$ 5.000 e R$ 50 mil. Elas acumularam R$ 340,9 bilhões em setembro, subiram 1,5% sobre agosto e 15,1% sobre igual período do ano anterior.

Os resultados de outubro serão apresentados no relatório de dezembro.

Banco de montadora amplia em 118% os financiamentos

O Banco Mercedes-Benz ampliou em 118% o volume de financiamentos por meio do CDC (Crédito Direto ao Consumidor) de janeiro a outubro frente a igual período de 2009. A instituição liberou nos primeiros dez meses do ano R$ 317,6 milhões para novos contratos nessa modalidade, valor que corresponde a 12% do mix de empréstimos.

Segundo o diretor comercial, Angel Martínez, o impulso se deu como reflexo de opções diferenciadas de crédito oferecidas aos clientes e concessionários. Com taxas atrativas, o CDC é considerado interessante para consumidores que precisam de financiamento mais rápido ou querem veículo que não se encaixa nas regras do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).

O BNDES Finame manteve-se como a modalidade mais utilizada, responsável por 85% dos novos negócios. Foram liberados R$ 2,3 bilhões por esse produto de janeiro a outubro deste ano ante R$ 1,9 bilhão negociados nos mesmos meses de 2009, ou seja, acréscimo de 21%. (da Redação)




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