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Ramalhão recorda título histórico
Nelson Cilo
Do Diário do Grande ABC
29/06/2009 | 07:05
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Maracanã, junho de 2004. Tudo ficaria definitivamente gravado nos arquivos do futebol. Como se fosse uma briga teoricamente desigual entre o pequeno Davi e o grande Golias, o Santo André surpreendeu os torcedores do País do penta ao derrubar o poderoso Flamengo e comemorar o inédito título da Copa do Brasil em um ambiente pintado em preto e vermelho.

De repente, o implacável matador Sandro Gaúcho abriu a contagem ao subir mais do que a zaga para desviar de cabeça e silenciar as arquibancadas. O toque sutil do meia Elvis, ao concluir um cruzamento perfeito na frente do goleiro Júlio Cesar, atualmente na Inter de Milão e na Seleção Brasileira, serviu para calar definitivamente os cariocas.

É provável que ninguém acreditasse nos 2 a 0 favoráveis a quem, indiferente ao desespero do adversário, soube determinar a indispensável fluência no território do rival. Quem diria? O imprevisível resultado comprovou que os novos tempos nivelaram as mais diferentes forças. Se assim não fosse, os vencedores não voltariam do Rio de Janeiro como insuperáveis campeões, que desfilaram e saltitaram de braços levantados nas ruas da cidade para mostrar a cara dos legítimos donos da bola.

Sem que pudesse orientar o Santo André no gramado, bem que o técnico Péricles Chamusca, suspenso, queria comandar o time das tribunas. No entanto, o expulsaram de lá. Da pista, coube ao assistente Sérgio Soares ditar o embalo ou a cadência dos ousados visitantes.

Os integrantes da Tuda e da Fúria, que lá estavam protegidos pelo policiamento imparcial na hora de uma incrível festa de arrepiar, bailaram como nunca em um canto muito restrito do estádio. Afinal, o sonho acabava de virar realidade, no mesmo espaço que um dia serviu de cenário para os gols inconfundíveis de um tal de Pelé e também para os dribles desconcertantes de um genial ponta das pernas tortas chamado Mané Garrincha. Já ouviram falar?

Talvez seja desnecessário lembrar que os dois - o Rei Pelé de um lado e Mané de outro - foram os maiores intérpretes de uma coreografia originalmente única. É lá que o goleiro Júlio César, os zagueiros Alex, Gabriel e Dedimar, os alas Nelsinho (Da Guia) e Romerito (Dodô), os volantes Dirceu e Ramalho (Ronaldo) e o meia Élvis, além dos atacantes Sandro Gaúcho e Osmar, conquistaram o badalado troféu que o ex-presidente Jairo Livolis e o atual Celso Luiz de Almeida, cheios de orgulho, colocaram na galeria do Jaçatuba. Ilustres convidados estarão na cerimônia comemorativa de hoje, às 20h, na sede social do clube.




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