Esportes Titulo Más condições
Estádio Bruno Daniel
é interditado pelo MP

O estádio andreense terá que passar por diversas avaliações
para voltar a receber partidas de futebol na temporada 2012

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
05/11/2011 | 07:30
Compartilhar notícia


A deplorável situação do Bruno Daniel ganhou contornos ainda mais dramáticos. O estádio foi interditado pelo Ministério Público até que sejam sanados todos os problemas estruturais. A decisão atesta a incapacidade da Prefeitura em cumprir o cronograma de obras anunciado pelo prefeito Aidan Ravin (PTB), em maio. A tão necessária reforma, por enquanto, se limitou a demolição da marquise e depois foi paralisada, deixando entulho espalhado por todos os lados.

"Recebemos a determinação do MP e estamos cumprindo com rigor. O Estádio Bruno Daniel está interditado e dessa forma não poderá receber nenhum evento oficial, nem mesmo sem torcedores, ou seja, com os portões fechados", confirmou o capitão Camargo do 41º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento do local.

Com a decisão do MP, o Bruno Daniel passará por série de avaliações a partir de agora. A primeira será feita nos próximos dias pela Comissão Nacional de Inspeção de Estádios, que irá se certificar se o local é seguro para os profissionais que trabalham em uma partida de futebol, tais como jogadores, comissão técnica, árbitros, imprensa, entre outros.

A inspeção se tornou necessária após os lamentáveis incidentes ocorridos no duelo entre Santo André e Joinville, dia 21 de agosto, pelo Campeonato Brasileiro da Série C. Na ocasião, os torcedores invadiram a área dos vestiários e tentaram agredir os jogadores após o empate por 1 a 1.

Se aprovado pela CNIE, o estádio será submetido a novas avaliações do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Vigilância Sanitária e de Engenharia para poder receber novamente jogos de futebol.

Acompanhando o desenvolvimento da reforma pelo Diário, o capitão Camargo considera impossível a Polícia Militar liberar o estádio, mesmo com a aprovação do CNIE. "Com entulho iremos manter interditado, já que representa risco ao bom desenvolvimento da partida. Não estive no Bruno Daniel nos últimos dias, mas pelo que tenho lido a situação não está boa", comenta.

Com a decisão, a Prefeitura terá de correr para conseguir liberar o estádio antes da estreia do Santo André no Paulista da Série A-2. Por enquanto, a federação não divulgou a tabela, mas a expectativa é a de que a primeira rodada ocorra na última semana de janeiro.

 

Interdição da praça esportiva causa surpresa na Prefeitura

Apesar dos evidentes e aparentes problemas do Bruno Daniel, a Prefeitura de Santo André se mostrou surpresa com a interdição do estádio. Em nota, a administração municipal rompeu o silêncio, mas limitou-se a dizer que não foi comunicada oficialmente pelo Ministério Público e que realiza as obras no período que não há competições agendadas para o local, mas sem estipular prazos para a continuidade da reforma, nem mesmo para a retirada do entulho que se encontra há muito tempo na arquibancada.

A obra, porém, está atrasada há pelo menos quatro meses. No anúncio oficial feito pelo prefeito Aidan Ravin (PTB) no dia 4 de maio, a promessa era de que a demolição da marquise e os inevitáveis contratempos estariam solucionados em menos de 60 dias. Depois, o prazo foi prorrogado para agosto, empurrado para setembro e até agora não está nem perto de ser finalizado.

Além do entulho, será preciso reconstruir alguns degraus que foram danificados com a demolição da marquise, banheiros, lanchonetes e recolocar as cadeiras.

Com o enorme atraso da primeira etapa da reforma, consequentemente a segunda parte das obras não tem nem data para começar. Nessa fase, seriam construídos dois vestiários atrás dos gols, setor administrativo, sala de imprensa, além de intervenções para conter as corriqueiras enchentes que há muitos anos prejudicam o uso integral do estádio.

A conclusão da obra no Bruno Daniel virou jogo de empurra na Prefeitura de Santo André. A responsabilidade inicialmente era da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, depois o assunto foi passado para a Secretaria de Obras e Serviços Públicos e, agora, para a de Gabinete.

Com exceção da nota emitida ontem, ninguém na administração municipal fala sobre o assunto, nem assume a responsabilidade pela reforma ou dá prazos para a conclusão das obras.

 

Ronan Maria Pinto se mostra indignado com situação do estádio

O presidente da Santo André Gestão Empresarial, Ronan Maria Pinto, recebeu com indignação a notícia da interdição do Bruno Daniel. O empresário cobrou mais seriedade da Prefeitura com relação ao assunto e considerou preocupante a situação, tendo em vista a disputa da Série A-2 do Paulista já a partir de janeiro.

"Não adianta absolutamente nada fazermos esforço sub-humano para contratar reforços e montar uma equipe competitiva se não temos estádio para jogar. Acho que é o momento de as pessoas responsáveis tratarem o assunto com mais responsabilidade", sugeriu Ronan.

A interdição do Bruno Daniel, na visão do dirigente, é prejudicial até mesmo na busca de reforços. "Que garantia tem um jogador que virá para um clube que não tem onde jogar. É complicado. Espero que tudo seja resolvido o mais rápido possível e possamos jogar a A-2 em nossa casa, ao lado da torcida", finaliza.

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;