Setecidades Titulo Insatisfação
População do Tatetos pede transporte
Leonardo dos Santos
especial para o Diário
20/11/2016 | 07:07
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Ricardo Trida/DGABC


Moradores do bairro Tatetos, na região do pós-balsa, em São Bernardo, estão insatisfeitos com o transporte público municipal que atende a área e exigem melhorias por parte da Prefeitura. A população da região de manancial afirma que o serviço gratuito fornecido pela linha 35-Estrada Municipal está paralisado desde o dia 12, sem qualquer aviso aos passageiros por parte da administração. Os coletivos são a alternativa daqueles que não possuem veículo próprio e precisam chegar até a Balsa João Basso, na Represa Billings, para acessar o Centro do município ou outras cidades.

A equipe do Diário esteve na Rua Araçari, antiga Rua Municipal, uma das principais vias do bairro e que concentra grande número de moradores. O acesso até o local é difícil, uma vez que não há asfalto e a estrada de terra está tomada por lama e buracos, resultado das fortes chuvas que atingiram a região nos últimos dias.

“A Prefeitura diz que é por causa dos buracos da estrada (a interrupção do serviço de transporte municipal). Então, por que não melhoram a via?”, questiona a doméstica Hilda Alves de Carvalho, 51 anos. “Meu filho tem ataques epiléticos. Outro dia, ele perdeu uma consulta com o neurologista porque o ônibus não passou. É um direito nosso”, lamenta.

A dona de casa Selma Calvacanti, 56, reclama pelo fato de não ter conseguido chegar até o Centro da cidade para realizar exame pré-agendado. “Demoro horas para chegar lá”, comenta. “Estamos com esse problema desde sábado e eles (Prefeitura) simplesmente não nos avisaram. Ficamos como?”, pergunta.

Para chegar até o bairro Rudge Ramos, onde cursa faculdade, Gerlanda Lourenço, 43, também depende do coletivo. Sem o serviço, as opções são perder aula ou caminhar até a balsa. “Muitas mulheres têm de acordar de madrugada e andar pelo meio da estrada para ir trabalhar. É muito perigoso. Fora as jararacas que sempre são vistas por aqui”, salienta. “Temos muitas crianças, idosos e pessoas com deficiência. Isso não pode acontecer”, diz.

O morador José Luis Rodrigues, 65, é uma das 18 vítimas que perderam a visão no mutirão da catarata malsucedido feito no Hospital de Clínicas de São Bernardo em janeiro. “Além de lidar com esse problema (a cegueira), estou sem transporte e tenho que andar por uma estrada cheia de pedras e buracos”, revolta-se. “Muitas pessoas (do bairro) precisam ir até o Hospital de Clínicas e não conseguem, porque simplesmente não há ônibus.”

Deficiente visual, o aposentado Vital Pereira da Silva, 78, também tem dificuldades para caminhar pelas ruas do Tatetos. “Moro aqui há 14 anos e nunca passei por momentos tão difíceis como agora”, desabafa. “Imagina quem é cadeirante. As pessoas não têm recurso para comprar um carro. Dependemos desse ônibus.”

INTERVENÇÃO
Por meio de nota, a Prefeitura de São Bernardo informou que o problema é resultado das “chuvas intensas ocorridas durante o feriado prolongado da Proclamação da República”. Conforme a administração, a subprefeitura do Riacho Grande acionou a Secretaria de Serviços Urbanos para fazer vistoria no local e solucionar os problemas emergenciais.

Por tratar-se de região de proteção aos mananciais, as intervenções de pavimentação de vias devem ser procedidas a trâmites de licenciamento ambiental e de atendimento às restrições de obras intrínsecas àquela área, justificou o governo Luiz Marinho (PT). Não foi informado, entretanto, se há projetos do tipo para o local. 




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