Setecidades Titulo Cemitérios
Finados é marcado por saudade e oração

Movimentação foi grande nos cemitérios
da região; Diadema teve missa com dom Pedro

Vanessa de Oliveira
Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
03/11/2016 | 07:07
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André Henriques/DGABC


Não foi com tristeza que o Dia de Finados foi celebrado no Grande ABC. Boas lembranças dos entes queridos e mensagens de fé marcaram a data.

Em Diadema, missa campal realizada do lado de fora do Cemitério Municipal e presidida pelo bispo da Diocese de Santo André, responsável pelas sete cidades, dom Pedro Carlos Cipollini, reuniu cerca de 1.000 pessoas, de acordo com a Defesa Civil e a PM (Polícia Militar).

Durante o ato, o religioso ressaltou aos fiéis que a ocasião deve ser passada “com muita esperança, sabendo que nós também caminhamos para a morte”. “Mas a morte não deve nos pôr medo, porque nós passamos por ela para entrar na vida eterna, que é definitiva”, destacou dom Pedro.

Ainda na missa, o público recebeu a notícia de que a capela situada ao lado do IML (Instituto Médico-Legal), na área do cemitério, e construída por moradores locais, será reaberta após mais de duas décadas sem receber nenhuma atividade. Isso ocorreu depois que um espaço ecumênico foi instalado e, dessa forma, as celebrações passaram a ocorrer no local. A capela será reformada – o dinheiro coletado no ato de ontem, no momento da oferta, será destinado à ação. A partir de fevereiro, missa dedicada à alma dos mortos será celebrada às segundas-feiras, às 15h, como já era tradição antigamente. “Muitas pessoas que estão tristes virão aqui rezar, se confortar, é uma coisa boa”, falou o bispo, que recebeu das mãos da prefeita em exercício, Silvana Guarnieri (PSDB), a chave da capela.

No dia 28, a equipe do Diário encontrou um crânio humano em cima de um banco no Cemitério Municipal, evidenciando a precariedade do local. Ontem, os visitantes encontraram o equipamento organizado, mas ressaltaram que muitos dos problemas ocorrem por conta dos próprios cidadãos. “A culpa é da população, que não tem certa noção de preservação”, comentou o comerciante Luiz Vasconcelos, 60 anos.

Em Santo André, o Cemitério do Curuçá também encontrava-se em organização e o movimento era tranquilo no fim da manhã de ontem. A aposentada Carmelita Severina dos Santos, 66, visitava os túmulos de amigos e alguns parentes. “É um dia de saudade e de homenagem aos que já se foram.”

No cemitério municipal da Vila Euclides, um dos mais tradicionais de São Bernardo, cerca de 8.000 pessoas passaram pelo local durante todo o dia de ontem. Na capela da necrópole foram realizadas cinco missas.

“Minha mãe morreu há 15 anos e sempre venho visitar o túmulo no Dia de Finados. É um momento especial para trazer flores, acender velas e fazer uma oração”, contou a dona de casa, moradora da cidade, Tereza de Jesus Oliveira, 58.

Espaço em Mauá teve apresentação musical
Em Mauá, o Cemitério Vale dos Pinheirais, localizado no Jardim Primavera, teve programação especial para a data. Além de apresentações musicais, o espaço também ofereceu aos frequentadores massagens, orientações sobre doações de órgãos e medição de pressão arterial.

Conforme a administração, cerca de 9.000 pessoas tinham passado pelo local até a tarde de ontem. Além de apresentações em espaço reservado, violinistas e saxofonistas tocavam para as famílias que vinham lembrar dos seus entes queridos.

A maioria elogiou bastante a iniciativa. “Achamos bem bacana. Eles costumam sempre organizar algo diferente e é bom porque também nos ajuda a lidar com a dor e com a saudades, que estão presentes todos os dias”, disse a professora Graça Vieira, 56 anos.
“Meu sogro faleceu há dois anos e nós sempre fazemos uma oração especial hoje (ontem). É bonito ter essa música de fundo”, contou a dona de casa Benedita Salvador, 58.

SÃO PAULO
O Serviço Funerário de São Paulo estimou que cerca de 1 milhão de pessoas compareceram aos 22 cemitérios públicos da cidade. Cerca de 1.000 funcionários estiveram de plantão nos espaços para orientação. No Cemitério da Lapa, na Zona Oeste, e no da Vila Nova Cachoeirinha o movimento estava intenso e nem mesmo o sol forte afastou aqueles que quiseram homenagear os mortos.  




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