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Rio Grande: presidente da Câmara oficializará sua renúncia
Gilberto Bergamim Jr
Da Redaçao
19/11/2000 | 20:43
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O presidente da Câmara de Rio Grande da Serra, Silvio Sabainski (PV), deve oficializar nesta segunda-feira a renúncia ao cargo em sessao extraordinária da Casa. Junto com a carta que o fará discursar novamente da tribuna e nao mais despachar na mesa diretora, o parlamentar vai apresentar um balanço da situaçao, má, segundo ele, político-financeira do Legislativo, pela qual responsabiliza o ex-presidente Expedito de Oliveira (PL).

"Vou apresentar o documento para mostrar todos os problemas da Câmara, citando a questao dos repasses nao feitos pela Prefeitura e as dívidas da Casa. Para se ter uma idéia, tem credor que liga na minha residência para cobrar pendências do Legislativo", disse.

Sabainski declarou nao estar arrependido de ter sido presidente, porém, alegou que jamais teria "brigado" pela presidência se soubesse dos "problemas", que poderia enfrentar no decorrer do mandato. "Mas nao vou morrer do coraçao por causa da política. O que incomoda é as pessoas tentarem acusar sem provas para conseguirem as coisas", afirmou.

Para o verde, as maiores pendências da Câmara foram resultado da gestao do liberal Expedito de Oliveira na presidência, o qual, segundo Sabainski, deixou uma herança de cerca de R$ 330 mil em dívidas. "Nao consegui fazer o trabalho que eu queria devido às dívidas que o Expedito deixou", disse Sabainski.

Ele apontou suposta má gerência também na gestao de prefeito do liberal, que assumiu após à morte do entao chefe do Executivo, José Carlos Arruda. "O Expedito ficou meses sem repassar o duodécimo para a Câmara. De 1999 para cá só venho pagando contas atrasadas", disse.

Numa bola de neve foram transformadas as contas da Câmara, de acordo com Sabainski. Ele acusa o liberal de ter deixado funcionários e vereadores quatro meses sem salários e subsídios respectivamente quando dirigia a Casa.

Sabainski considerou a liminar, que o devolveu à presidência 48 horas após ter sido destituído, uma "questao de honra". "Nao podia deixar de me defender de algo que eles nem sequer me permitiram discutir. Mas esses fatos nao interessam mais, por isso, é 99% certo que eu entregue a presidência", disse. Somente provocaçoes e acusaçoes podem ocasionar mudanças na decisao, segundo ele.

O nao ingresso em "grupos" no Legislativo pode ter sido o motivo da unanimidade contrária ao dirigente da Câmara entre os parlamentares. "Nunca fui de formar grupos. Acompanhava aqueles que tinham bons trabalhos, mas nunca formei um pessoal para perseguir ninguém".

Boa sorte - Segundo Sabainski, o futuro presidente, Joao Antonio da Silva (PTB), o Lula, nao deve amenizar a difícil crise financeira da Câmara na curta gestao que terá - cerca de um mês e meio. "O décimo terceiro salário, por exemplo, acho que ele nao vai conseguir pagar aos funcionários", disse.

O presidente afirmou, porém, que torce para Lula conseguir iniciar a regularizaçao das finanças do Legislativo. "Quem sabe um anjo encosta na Câmara com o espírito do Natal para que se encontre uma soluçao", disse.

Expedito e Lula nao foram localizados até o fechamento desta ediçao para comentar as declaraçoes do presidente.




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