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CNI diz que oferta atenderá demanda
04/04/2008 | 07:16
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A CNI (Confederação Nacional da Indústria) estimou, ontem, que a oferta interna deve crescer em ritmo cada vez mais intenso, diminuindo a diferença que existe hoje em relação à expansão do consumo.

 Por isso, o setor industrial não vê motivos para que a taxa básica de juros seja elevada na próxima reunião do Copom (Conselho de Política Monetária), nos dias 15 e 16 de abril, para conter aumentos de preços em função de um possível choque de demanda.

 O economista chefe da CNI, Flávio Castelo Branco, afirmou que a alta dos juros poderia “amortecer” o crescimento econômico e afetar os investimentos, já que haveria uma reversão das expectativas no setor empresarial.

 Os indicadores industriais de fevereiro, divulgados ontem pela entidade, mostram que a utilização da capacidade instalada caiu e voltou a patamares de outubro, com 82,9% descontando os efeitos sazonais do mês. Em janeiro era de 83,1%, mas atingiu o maior índice da série histórica em novembro, com 83,3%.

 A queda no uso do parque industrial veio acompanhada de um forte crescimento da produção e das vendas do setor. As horas trabalhadas na produção subiram 1,8% em fevereiro em relação a janeiro, atingindo a maior expansão mensal desde abril de 2005. O faturamento cresceu 1,5% no mesmo período, o melhor resultado desde junho de 2007.

 A expansão dos dois indicadores no primeiro bimestre é a mais alta desde o início da pesquisa da CNI, em 2003. O faturamento acumula crescimento de 10,9% e o número de horas trabalhadas, 7,8%, sempre na comparação com o primeiro bimestre de 2007.

 Os postos de trabalho na indústria cresceram 5% no bimestre, o mais alto ritmo de expansão desde 2005. A massa real de salários aumentou 7,2% no mesmo período.

 O economista destacou que o câmbio favorável às importações tem feito com que a demanda interna esteja sendo atendida, em parte, pelas compras no exterior, ajudando no controle da inflação. Ele lembrou que, em 2004, quando houve também forte expansão do consumo, havia pressão do câmbio, que era de cerca de R$ 3,00 por dólar e não permitia às importações exercerem esse papel.

 “As empresas sentem necessidade de aumentar os investimentos, do contrário não conseguirão atender a demanda”, afirmou o economista. Segundo ele, a redução do custo do capital e do custo tributário formaram um ambiente favorável aos investimentos da indústria. Segundo ele, há oito trimestres, a FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo) cresce mais que o dobro da média da economia.



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