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Robôs jogam bola em Copa do Mundo
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
Com Agências
24/06/2002 | 18:35
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Nesta terça termina a Copa do Mundo no Japão e na Coréia do Sul. Mas apenas para os participantes do RoboCup 2002, mundial de futebol que conta com 193 times de robôs, das mais variadas formas e tamanhos, desenvolvidos em 30 países, entre eles o Brasil.

Ao contrário dos jogadores de carne e osso de alguns times, cujas performances em campo frustraram as expectativas das torcidas no Mundial da Fifa, no campeonato robótico os integrantes estão bem mais ágeis e obedientes do que no primeiro campeonato da categoria, realizado há seis anos. E, de acordo com os organizadores do evento, os humanóides deverão superar as próprias habilidades a cada edição do RoboCup.

Os objetivos, no entanto, vão além da simples constatação de que os recursos tecnológicos têm avançado em relação à robótica. A pretensão, a longo prazo, é de que até o ano de 2050 um time de robôs autônomos vença uma partida contra a equipe humana campeã da Copa do Mundo. Mas, por enquanto, a idéia nem é a de competir, e sim vencer o desafio de fazer as criaturas de aço rolarem uma bola em campo.

Realizado nas cidades de Fukuoka (Japão) e Busan (Coréia do Sul), o campeonato foi dividido em várias categorias, e inclui uma nova linha de robôs com formas humanas. Além dela, há uma liga de robôs menores; outra para exemplares de médio porte; uma de simulação feita apenas por computador, sem a presença física das máquinas; e a liga dos quadrúpedes da Sony, que tem os famosos cães Aibo como jogadores. Há também uma competição de robôs que simulam uma missão de resgate num cenário de desastre.

Com regras iguais às do futebol tradicional, vence o time de máquinas que, graças à aplicação da inteligência artificial, conseguir marcar o maior número de gols. Para isso, os robôs deslizam pelo gramado, chutam a bola, cobram falta e lateral e até correm o risco de receber cartão amarelo, caso realizem uma jogada mal-intencionada.

A única diferença do jogo convencional é a dificuldade enfrentada pelos jogadores na hora de bater um pênalti pois, como são programados para pensarem sozinhos e se comunicarem em rede, os robôs precisam registrar a cena com suas câmeras digitais para definir a própria localização em campo e calcular os movimentos antes de chutar.           Antes, essa façanha não exigia tantos jogadores porque as equipes eram comandadas por um computador central, que recebia a imagem de uma câmera acima do campo, tomava a decisão e a enviava, por rádio, ao robô para que ele a executasse.

Embora pareça uma grande brincadeira, o RoboCup serve para expor ao mundo outras utilidades, menos esportivas, da tecnologia robótica, como salvamentos em desastres, limpeza de áreas nucleares e reconhecimento de áreas espaciais.




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