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Dominguinhos lança DVD
Dojival Filho
Do Diário do Grande ABC
03/12/2009 | 07:00
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Dono de currículo recheado de bons serviços prestados à MPB, o cantor, compositor e sanfoneiro pernambucano Dominguinhos lança o primeiro DVD da carreira no fim de semana, com três apresentações no Teatro Fecap, em São Paulo. Acompanhado pela filha, a cantora Liv Moraes, e os músicos da banda de apoio, o artista sobe ao palco na sexta e no sábado, às 21h, e no domingo, às 19h. Os ingressos custam R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada).

No repertório, canções que marcaram as cinco décadas de trajetória profissional do instrumentista, entre elas Aconchego, escrita com Nando Cordel, e Lamento Sertanejo, dobradinha com Gilberto Gil.

Os fãs do veterano também poderão balançar os quadris com outros estandartes do forró, xote e baião, como Isso Aqui Tá Bom Demais, Eu Só Quero um Xodó e Sebastiana. Mas o set list poderá ter surpresas, já que a espontaneidade marcou a produção do DVD Dominguinhos ao Vivo (Polydisc, R$ 40, em média),

NOVA JERUSALÉM - A gravação ocorreu no Nova Jerusalém, maior teatro ao ar livre do mundo, construído em área de 100 mil metros quadrados no distrito de Fazenda Nova, em Pernambuco. O local recebe anualmente a encenação da Paixão de Cristo. "Não tive nenhum critério para a escolha das músicas, nem fizemos ensaios para o DVD. A noite estava muito agradável e toquei durante duas horas e 40 minutos. O show em São Paulo vai ser um pouquinho mais curto, com uma hora e 15 minutos", explica Dominguinhos.

Assistido por cerca de 3.000 pessoas, o show no distrito pernambucano contou ainda com as participações de Elba Ramalho, Renato Teixeira, a cantora Guadalupe (ex-mulher de Dominguinhos), entre outros convidados. "Ao contrário do que acontece em gravações assim, não indiquei nenhuma música para os convidados. Cada um cantou o que quis."

Dirigida pela filial da Rede Globo, a produção também foi modesta. "O pessoal encarece muito e costuma gastar R$ 150 mil para produzir DVD. Não tirei um centavo do bolso. O artista nordestino, geralmente, não tem estrutura. Somos muito pobres", conta o sanfoneiro.

PASSADO E FUTURO - Bem-humorado, Dominguinhos relembra a década de 1950, quando chegou ao Rio de Janeiro e começou a mostrar virtuosismo em programas de rádio. Nascido José Domingos de Moraes, ele utilizava na época o nome artístico Neném do Acordeom.

"Era um apelido que tinha desde pequeno e fiquei bastante conhecido na noite carioca com ele. Até que Luiz Gonzaga me disse: ‘Rapaz, Neném é apelido que mãe bota na gente. Você precisa usar outro nome", recorda, aos risos.

Refeito de cirurgia no pulmão realizada há cerca de três anos para tratamento de câncer, o mestre da sanfona demonstra empolgação com a atual fase. Neste ano, estreou o documentário O Milagre de Santa Luzia, do diretor Sérgio Roizenblit, em que atuou como figura central de uma viagem pelo Brasil marcada por depoimentos e causos de sanfoneiros.

Aos 68 anos, faz planos para o futuro. Há pelos menos dois CDs e um DVD já gravados, à espera da boa vontade de gravadoras. "Pelo jeito, não será dessa vez que vou morrer", brinca o ídolo.

Dominguinhos - Show. Sexta e sábado, às 21h. Domingo, às 19h. No Teatro Fecap - Avenida Liberdade, 532, Tel.: 2626-0929. www.fecap.com.br. Ingr.: R$ 30 e R$15 (meia-entrada).




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