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São Caetano faz obra 'sem destino'
Sucena Shkrada Resk
Do Diário do Grande ABC
26/08/2002 | 20:22
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A Prefeitura de São Caetano finalizou uma construção em área da Eletropaulo de 6,5 mil m² entre as ruas Platina, São José e avenida dos Estados, no bairro Prosperidade, mas até agora não sabe a destinação que dará ao terreno. Aparentemente, a obra – com arena e arquibancada para cerca de 300 pessoas – poderia ser utilizada para treinamento com cavalos. Entre as hipóteses cogitadas pelo assessor técnico jurídico da Prefeitura, Antônio Gusman Filho, está a criação de um centro de equoterapia e o abrigo para quatro cavalos que faria parte de um projeto engavetado da Prefeitura, da polícia montada ambiental. O governo municipal tem, pelo menos, cinco anos para decidir o que fazer, que é o prazo do regime de comodato.

“Uma terceira opção seria destinar o terreno para o lazer de pessoas que tenham cavalo no município ou até charretes”, disse ele. Segundo Gusman Filho, ainda é impossível precisar o que a população do município poderá usufruir no local e qual é o custo do investimento. “A Diretoria da Saúde e Vigilância Sanitária começou a estudar a viabilidade do centro e depende, principalmente, do censo da saúde, que está sendo realizado na cidade, para verificar se há demanda suficiente”.

O diretor da pasta, José Auricchio Júnior, afirmou nesta segunda que o projeto é embrionário. “Estamos fazendo um levantamento de interesse de entidades como a Apae e da Fundação Municipal Anne Sullivan. Já os resultados do Censo Saúde, realizado pelo Imes, estão atrasados. Devem ser entregues entre 30 ou 60 dias”, afirmou.

Se para o governo municipal o objetivo da construção ainda é um verdadeiro ponto de interrogação, para a população do bairro o questionamento é maior. “Seria bom que aqui fossem construídas casas populares, porque ainda existem muitos cortiços e a dificuldade de se pagar aluguel. Eu não sei o que a gente pode ganhar com um lugar para cavalos. Eu me preocupo se também vai começar a ter muito barulho por lá”, disse a operadora de caixa Luciana Conceição Faria dos Santos.

O comerciante José Fernandes afirmou que ele e seus amigos gostariam que na área permanecesse o campo de futebol onde jogaram, desde 1985, quando haviam conseguido a concessão do local da Eletropaulo. O contrato foi cancelado porque ocorreram problemas na manutenção. “Mas também não entendo o que os cavalos ajudarão no lazer da comunidade, que é pobre.”

O vice-presidente da Unidade Imigrantes da Eletropaulo, Valdir da Costa, informou que o comodato pode ser suspenso a qualquer momento por decisão da empresa. “A nossa meta é que sejam evitadas invasões, como já aconteceram lá por duas vezes, além da destruição de muros. Cabe à Prefeitura fazer a manutenção do local e realizar atividades sem fins lucrativos”.




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