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Walter Bassan diz desconhecer empréstimo feito por ele em 2015

Homem forte da Suzantur nega ação, alvo de denúncia feita pela Expresso Guarará à Justiça

Daniel Macário
do Diário do Grande ABC
20/10/2016 | 07:07
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Nario Barbosa/DGABC

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Citado em denúncia da Expresso Guarará feita à Justiça de São Paulo como sendo um dos interlocutores de suposto esquema de fraude em empréstimos concedidos pela Caruana Financeira à viação, Walter Bassan Jardim, um dos homens fortes da Suzantur, disse desconhecer a transação bancária no valor de R$ 3,8 milhões solicitada por ele, no fim do ano passado, quando ocupava o cargo de procurador da Guarará.

“Eu desconheço (as denúncias). Teria que verificar o que ocorreu para poder comentar”, declarou Jardim à equipe do Diário por telefone.

Conforme reportagem publicada ontem pelo Diário, Jardim, segundo acusações da Guarará, teria sido peça fundamental no suposto esquema de fraude arquitetado pelo empresário José Garcia Netto, o Netinho, presidente da Caruana Financeira, para estrangular financeiramente a viação e, com isso, assumir a operação do transporte municipal de Santo André por meio da Suzantur, empresa em que atuaria como “sócio oculto”.

Segundo a denúncia, o desenrolar da fraude teria sido culminado quando Jardim contratou, junto à Caruana, empréstimo como procurador da Guarará – cargo que ocupou entre 6 de novembro de 2015 até 4 de abril –, para quitar dívidas da viação com a própria instituição bancária. Na ocasião, a transação financeira teria sido questionada pela Guarará por não ter se concretizado em sua totalidade – dos R$ 3,8 milhões contratados, apenas R$ 1,5 milhão foi depositado.

Questionado sobre o assunto, Jardim disse desconhecer a transação. “Na época, era procurador da Guarará, mas não me recordo (do empréstimo)”, destacou. Ele, que foi testemunha nas alterações de contratos sociais da Suzantur, optou por não dar detalhes de suas reais funções na empresa. “Sou apenas funcionário. Qualquer outro assunto deve ser tratado com o Claudinei (Brogliato), proprietário da Suzantur.”

Segundo representantes da Expresso Guarará, a contratação do empréstimo pelos procuradores foi “ação de má-fé, articulada pelos envolvidos para estrangular financeiramente a viação”, o que teria sido determinante para decretar o estado de falência da viação, no mês passado.

A Suzantur assumiu as 15 linhas, antes operadas pela Guarará, no dia 8, por meio de contrato emergencial.

JUSTIÇA
Embora as denúncias feitas pela Expresso Guarará tenham sido anexadas à ação popular apresentada à Justiça pelo advogado e presidente do DEM andreense, Fernando Marangoni, o juiz Genilson Rodrigues Carreiro, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Santo André, optou, ontem, por indeferir o pedido.

De acordo com Marangoni, ainda nesta semana, a decisão será contestada por meio de agravo de instrumento. “Existem alguns pontos citados pelo magistrado que acreditamos que cabe recurso por não ter embasamento ou falta de clareza.”

Serviço prestado pela Suzantur em Sto.André ainda é alvo de reclamações

A operação de 15 linhas de ônibus municipais que atendem a região da Vila Luzita, em Santo André, por parte da Suzantur, em substituição à Expresso Guarará, desde o dia 8, em processo de falência, ainda é alvo de reclamações por parte de usuários. O sistema é responsável por atender 50 mil passageiros todos os dias.

Além de encontrar dificuldades com a identificação dos coletivos, que seguem nas cores vermelha e branca – padrão usado por veículos operados pela Suzantur em Mauá –, usuários são prejudicados pelo fato de a viação ainda não ter local adequado para guardar os ônibus. A empresa segue usando terreno como garagem improvisada.

Para agravar a situação, tanto Suzantur quanto o prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), seguem não comentando a possível transferência de 20 a 30 veículos da cidade para circularem em Santo André, o que teria impactado no aumento do tempo de espera pelo serviço em linhas mauaenses.  




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