No início da noite de terça, o gerente foi surpreendido quando sua mulher chegou em casa, em Sao Caetano, acompanhada de um homem armado. Segundo Paulo, além do revólver, o assaltante possuía telefone celular e HT (rádio freqüentemente usado na comunicaçao entre policiais). O gerente foi rendido e o homem se comunicou com um comparsa usando o HT, dizendo que estava "tudo certo".
Segundo o gerente, instantes depois, um outro homem armado invadiu a casa. A dupla revelou que pretendia roubar a agência do Banco do Brasil, em Rudge Ramos. Um outro integrante da quadrilha entrou em seguida. Todos os assaltantes chegaram a afirmar que o roubo seria praticado no dia seguinte, pois eles sabiam tudo sobre a rotina pessoal do gerente geral do banco.
No entanto, os assaltantes descobriram que Paulo tinha uma chave da entrada da agência e resolveram antecipar a açao. O gerente afirmou que chegou a dizer ao trio que havia um vigilante cuidando do local, mas foi avisado que o funcionário nao era problema, pois sabiam de toda a sua vida.
Antes de seguir para o banco, a mulher de Paulo foi obrigada a redigir um bilhete para o vigilante de plantao, nao identificado, sobre todos os detalhes de sua vida, segundo Paulo. Os ladroes ainda ligaram para um quarto integrante, chamado Perito, que conversou com o gerente e lhe disse que iria abrir o cofre.
De acordo com o gerente, sua mulher ficou refém de um assaltante na casa, enquanto ele e os demais bandidos seguiram para a agência, localizada na avenida Doutor Rudge Ramos. Quando chegaram, Paulo mostrou o bilhete ao vigilante de plantao e pediu para que ele nao reagisse. Os bandidos, segundo a polícia, arrombaram o cofre, pegaram as chaves de terminais de auto-atendimento e levaram grande quantidade em dinheiro. Na saída, ainda levaram o cartao magnético de Paulo e a arma do vigilante. O gerente Carlos Roberto Giacon, que apresentou a queixa na delegacia, nao retornou às ligaçoes do Diário até as 19h30.
De acordo com o delegado Carlos Eduardo de Vasconcelos, do 2º DP, os assaltantes devem pertencer a uma quadrilha organizada, pois conheciam detalhes da vida das vítimas envolvidas. "O inquérito policial que irá apurar o caso foi instaurado hoje (quarta). O gerente Paulo Vechini será ouvido amanha (quinta) pela manha", disse.
O delegado recomenda que os responsáveis pela chefia de segurança de grandes empresas ou agências bancárias nao cuidem da segurança usando métodos rotineiros. "Isso facilita a açao de grupos ou quadrilhas de assaltantes. A polícia constatou que antes de realizar um grande roubo os bandidos mapeiam toda a rotina da empresa, para correr o mínimo risco de serem surpreendidos pela segurança", contou Vasconcelos. Ele acrescenta que a rotina faz com que todos os alvos sejam abordados com facilidade.
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