Eleições 2016 Titulo Herança política
Na região, Laços familiares asseguram dez cadeiras nas Câmaras

Lista aponta resultados favoráveis de candidatos que destacaram sobrenome, mas há série de casos de reveses

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
16/10/2016 | 07:00
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Montagem/DGABC


Balanço do processo eleitoral do dia 2 aponta que laços familiares garantiram espaço a dez candidatos à vereança no Grande ABC. O rol indica resultados favoráveis de postulantes que obtiveram destaque com o sobrenome ou pela relação de parentesco na disputa proporcional, a exemplo de Lucas Zacarias (PTB) e Willians Bezerra (PT), ambos de Santo André; Alex Mognon e Toninho Tavares, os dois do PSDB de São Bernardo; Eduardo Vidoski (PSDB) e Tite Campanella (PPS), pleiteantes em São Caetano; Márcio Júnior e Rodrigo Capel, do PV de Diadema; Fernando Rubinelli (PDT), de Mauá; e Humberto Amigão D’Orto (PTC), em Ribeirão Pires.

Lucas Zacarias é filho do vereador Luiz Zacarias, hoje vice na chapa encabeçada por Paulinho Serra (PSDB). O petebista alcançou 4.252 votos. Para ele, o eleitorado, majoritariamente na região da Palmares, Tamarutaca e Sacadura Cabral, é fiel à atuação da família. “(A população) Me reconheceu como o trabalho da continuidade. Quem vota em Zacarias é sempre Zacarias, porque sabe do padrão de ética e seriedade do meu pai.”

Debutante, Willians Bezerra angariou 4.637 votos. Foi secretário adjunto de Governo e é casado com a sobrinha do prefeito Carlos Grana (PT), embora ele evite colocar o lado familiar como mote. “Na zona 383, contando Cidade São Jorge, Jardim Santo André e Vila Luzita, eu tive 1.200 (eleitores).”

Aos 20 anos, Márcio Júnior (PV) é o mais novo entre os eleitos. Filho do candidato a vice em Diadema e hoje vereador Márcio da Farmácia (PV), ele teve 3.795 votos. O verde frisou que o pai “é benquisto” e “excelente trabalho tem reconhecimento da população”. “Desde criança vejo meu pai fazendo política, ajudando as pessoas.”

Com 3.426 votos, Alex Mognon é filho do ex-vereador Vandir Mognon. Toninho, de 2.905, é irmão do parlamentar José Walter Tavares (PHS). Eduardo, que conquistou 1.863, é irmão do vice-prefeito eleito Beto Vidoski (PSDB). Filho do ex-prefeito Anacleto Campanella, Tite recebeu 1.077. Com nome nas urnas apenas como Capel, Rodrigo, que registrou 3.056, é filho de Milton, que está no nono mandato. Filho do parlamentar Wagner Rubinelli (PT), Fernando Rubinelli (PDT) alcançou 2.338. Amigão D’Orto, com 849, é irmão da vereadora Mercedes, que morreu em 2013 vítima de câncer.

Esse saldo entre as 142 cadeiras na região mostra que a utilização da proximidade pessoal ainda auxilia na transferência de votos, mas há, ao menos, registro de outros 11 casos de reveses no pleito dentro de estratégia semelhante, o que sinaliza que a ligação influencia no cenário da eleição, no entanto, não é fator decisivo.

Entre os derrotados estão os andreenses Toninho do Gás (PPS, 709 votos), irmão de Cosmo, morto em 2015; Isqueiro Filho (PMB, 623 sufrágios), parente de Geraldo da Silva Souza, o Isqueiro, falecido em 2010; e Malu Malatesta (PT, 892), mulher do ex-parlamentar Claudio Malatesta; Admilson Oliveira (PT, 1.898), genro do secretário José Albino, de São Bernardo; os são-caetanenses Neide Sartori (PSDB, 974), mulher do vereador Gersio Sartori, Caio Salgado (PTB, 1.411), filho de Jorge Salgado (PTB), e Luizinho Tortorello (DEM, 253), filho do triprefeito Luiz Olinto Tortorello; e Guto Volpi (PR, 689), filho do ex-prefeito de Ribeirão Pires Clóvis Volpi. 




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