Lista aponta resultados favoráveis de candidatos que destacaram sobrenome, mas há série de casos de reveses
Balanço do processo eleitoral do dia 2 aponta que laços familiares garantiram espaço a dez candidatos à vereança no Grande ABC. O rol indica resultados favoráveis de postulantes que obtiveram destaque com o sobrenome ou pela relação de parentesco na disputa proporcional, a exemplo de Lucas Zacarias (PTB) e Willians Bezerra (PT), ambos de Santo André; Alex Mognon e Toninho Tavares, os dois do PSDB de São Bernardo; Eduardo Vidoski (PSDB) e Tite Campanella (PPS), pleiteantes em São Caetano; Márcio Júnior e Rodrigo Capel, do PV de Diadema; Fernando Rubinelli (PDT), de Mauá; e Humberto Amigão D’Orto (PTC), em Ribeirão Pires.
Lucas Zacarias é filho do vereador Luiz Zacarias, hoje vice na chapa encabeçada por Paulinho Serra (PSDB). O petebista alcançou 4.252 votos. Para ele, o eleitorado, majoritariamente na região da Palmares, Tamarutaca e Sacadura Cabral, é fiel à atuação da família. “(A população) Me reconheceu como o trabalho da continuidade. Quem vota em Zacarias é sempre Zacarias, porque sabe do padrão de ética e seriedade do meu pai.”
Debutante, Willians Bezerra angariou 4.637 votos. Foi secretário adjunto de Governo e é casado com a sobrinha do prefeito Carlos Grana (PT), embora ele evite colocar o lado familiar como mote. “Na zona 383, contando Cidade São Jorge, Jardim Santo André e Vila Luzita, eu tive 1.200 (eleitores).”
Aos 20 anos, Márcio Júnior (PV) é o mais novo entre os eleitos. Filho do candidato a vice em Diadema e hoje vereador Márcio da Farmácia (PV), ele teve 3.795 votos. O verde frisou que o pai “é benquisto” e “excelente trabalho tem reconhecimento da população”. “Desde criança vejo meu pai fazendo política, ajudando as pessoas.”
Com 3.426 votos, Alex Mognon é filho do ex-vereador Vandir Mognon. Toninho, de 2.905, é irmão do parlamentar José Walter Tavares (PHS). Eduardo, que conquistou 1.863, é irmão do vice-prefeito eleito Beto Vidoski (PSDB). Filho do ex-prefeito Anacleto Campanella, Tite recebeu 1.077. Com nome nas urnas apenas como Capel, Rodrigo, que registrou 3.056, é filho de Milton, que está no nono mandato. Filho do parlamentar Wagner Rubinelli (PT), Fernando Rubinelli (PDT) alcançou 2.338. Amigão D’Orto, com 849, é irmão da vereadora Mercedes, que morreu em 2013 vítima de câncer.
Esse saldo entre as 142 cadeiras na região mostra que a utilização da proximidade pessoal ainda auxilia na transferência de votos, mas há, ao menos, registro de outros 11 casos de reveses no pleito dentro de estratégia semelhante, o que sinaliza que a ligação influencia no cenário da eleição, no entanto, não é fator decisivo.
Entre os derrotados estão os andreenses Toninho do Gás (PPS, 709 votos), irmão de Cosmo, morto em 2015; Isqueiro Filho (PMB, 623 sufrágios), parente de Geraldo da Silva Souza, o Isqueiro, falecido em 2010; e Malu Malatesta (PT, 892), mulher do ex-parlamentar Claudio Malatesta; Admilson Oliveira (PT, 1.898), genro do secretário José Albino, de São Bernardo; os são-caetanenses Neide Sartori (PSDB, 974), mulher do vereador Gersio Sartori, Caio Salgado (PTB, 1.411), filho de Jorge Salgado (PTB), e Luizinho Tortorello (DEM, 253), filho do triprefeito Luiz Olinto Tortorello; e Guto Volpi (PR, 689), filho do ex-prefeito de Ribeirão Pires Clóvis Volpi.
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