Toda a tropa da Polícia Militar do Grande ABC está proibida de se alimentar durante o horário de trabalho. Quem for pego comendo uma coxinha sequer durante as 12 horas de trabalho corre risco de perder folgas e não fazer mais serviço de rua. É o que denunciam diversos policiais militares entrevistados pelo Diário.

“Não podemos comer em indústrias, por exemplo. Costumávamos ir à PQU (Petroquímica União, em Capuava, Mauá) no horário de almoço. E lá não pagávamos nada. Agora, o comando avisou que isso está proibido”, diz um soldado da 4ª Companhia de Polícia de Santo André. Ele diz que a suposta determinação do do CPA-M/6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitano 6, responsável pelo Grande ABC) trouxe mal estar à tropa, que agora teria de se alimentar escondido e às pressas. A ordem teria sido dada há uma semana.

Outro policial explica que a fiscalização sobre os membros da corporação seria feita pelo P2, o serviço reservado da Polícia Militar. Carros descaracterizados circulariam por pontos usualmente freqüentados por PMs em horário de almoço.

Em geral, os PMs responsáveis pelo patrulhamento de rua trabalham 12 horas e ficam 36 de folga. A Corporação não oferece nenhum tipo de auxílio alimentação aos PMs. A única ajuda de custo é um vale de cerca de R$ 80 para despesas com supermercado. Por isso, a proibição de comer em padarias e empresas trouxe a revolta: a ordem atinge o bolso dos policiais militares.

O comandante do CPA-M/6, coronel Coronel Cláudio Rissoto, informou, por meio do serviço de comunicação, que não tem conhecimento desta ordem. A assessoria da Polícia Militar do Estado não responde, no entanto, se os integrantes da corporação podem comer durante o horário de trabalho, em padarias ou empresas.