Economia Titulo Consumo
Brinquedos têm variação de até 150% no valor, afirma Procon

Pesquisa foi realizada pela entidade de
São Caetano com três grandes redes varejistas

Vinicius Claro
Especial para o Diário
11/10/2016 | 07:29
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Ari Paleta/DGABC:


Os preços de brinquedos pesquisados em prateleiras do comércio varejista para o Dia das Crianças, comemorado amanhã, têm diferença de até 150%, de acordo com levantamento do Procon de São Caetano. É o caso do boneco do Hulk, da série de filmes Vingadores, que custa entre R$ 40 e R$ 100. As lojas pesquisadas pela entidade foram a RiHappy, PB Kids e Americanas, nas versões física e on-line.

Outro produto que chama atenção pela diferença de valores é a Barbie Profissões, de 112,5%, que oscilam entre R$ 79,99 e R$ 169,99. Conforme o levantamento, o estabelecimento que apresentou a maior quantidade de produtos com menor preço foi o site www.americanas.com.br.

Segundo o supervisor de fiscalização do Procon-SP, Bruno Teleze Stroebel, as lojas têm a liberdade de cobrar os preços que quiserem, por se tratar de interesses de mercado, por isso é essencial pesquisar. No entanto, o valor anunciado em folhetos e etiquetas deve ser o mesmo cobrado no momento da compra – caso isso não aconteça, o consumidor pode cobrar do comércio.

Stroebel destaca que é importante estar atento ao certificado do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) no brinquedo, obrigatório para este tipo de produto. A certificação avalia que o item passou por testes de segurança e não comprometerá a saúde da criança.

Ele também afirma que é importante estar atento à validade de cosméticos, perfumes e até mesmo itens de papelaria, como tintas, canetas e massas de modelar. “É fundamental a supervisão dos pais para dar instruções às crianças e verificar se o objeto está adequado à faixa etária.”

A advogada especialista em Direito do Consumidor Ana Paula Satcheki reforça que é fundamental fazer pesquisa de preço antes da compra. “É preciso ter atenção e comparar o mesmo produto. Às vezes as bonecas são iguais, mas uma vem com itens adicionais, o que eleva seu custo.”

Além disso, Ana Paula orienta que é preciso perguntar se a loja tem política de trocas. “A substituição de um item por outro só é obrigatória quando ele apresenta algum defeito. Se for por questão de gosto da criança, precisa ser combinado antes com o vendedor.”

PIRATARIA - Com a crise econômica e o forte desemprego, o poder aquisitivo de muitas famílias diminui, e a possibilidade de comprar produto pirata, com o preço muito menor que o original, aumenta. No entanto, Ana Paula explica que esse tipo de produto tem vários pontos negativos e pode colocar em risco a integridade física da criança.

Além de não ter garantia, não possui certificado de fabricação. Desta forma, os componentes do brinquedo podem se soltar, e permitir que a criança engula objetos. Em alguns casos, são usadas tintas tóxicas, que podem se soltar do objeto e contaminar quem estiver manejando o produto. “Trata-se de decisão difícil, mas os pais devem se lembrar de que, neste caso, é o barato que sai caro. É preciso ser racional e pensar nas consequências da compra.”

A advogada recomenda que os pais tenham conversa aberta com os filhos e expliquem a dificuldade financeira atual, e que deixem a compra de brinquedo mais caro para momento futuro. Assim, é possível comprar objeto mais em conta para a data.

IRREGULARIDADES - Caso o consumidor encontre produto fora do prazo de validade, sem o selo do Inmetro ou com valores cobrados diferentes do anunciado, a loja deve ser denunciada, esclarece Stroebel. “A denúncia pode ser feita pelos canais do Procon, no telefone 151. A pessoa não precisa se identificar, apenas citar o estabelecimento, endereço e problema encontrado.”

Feito isso, a queixa passa pela diretoria de fiscalização, que avalia o caso e pode enviar equipe para vistoriar o local. 




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