A acareação entre o empresário Marcos Valério de Souza, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e outras seis pessoas acusadas de envolvimento com o 'mensalão' ainda não trouxe novas revelações. Os integrantes da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do Mensalão querem descobrir quais são os valores reais movimentados pelo esquema de corrupção, mas os acusados têm mantido as versões que já haviam explicitado em outros depoimentos.

Marcos Valério, acusado de ser o principal operador do mensalão, afirmou que repassou um total de R$ 10,837 milhões para o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Disse que seu contato com o partido era o ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas e que fazia cheques nominais à empresa Garanhuns, mas que houve, também, pagamentos entregues pessoalmente a Costa Neto.

Simone Vasconcelos, diretora-financeira da empresa SMP&B, de Marcos Valério, também confirmou os valores e as informações dadas pelo empresário. Já Delúbio Soares disse que seu partido teria autorizado o pagamento de cerca de R$ 12 milhões ao PL.

Em seguida, Valdemar Costa Neto disse ter recebido R$ 6,5 milhões. Ele contou que Delúbio não teve condições de atender seus pedidos de dinheiro durante a campanha eleitoral e que, com o decorrer do tempo, após as eleições, o então tesoureiro do PT começou a autorizar os repasses.

Participam da acareação, que acontece neste momento, Valério, Delúbio, Simone Vasconcelos, Costa Neto, Jacinto Lamas, João Cláudio de Carvalho Genu (assessor do PP), Emerson Palmieri (tesoureiro do PTB) e Manoel Severino dos Santos (ex-presidente da Casa da Moeda).