Em busca de afirmação, Palmeiras e São Paulo se enfrentam hoje, às 16h, no Pacaembu, pela quarta rodada do returno do Campeonato Brasileiro. As duas equipes, acostumadas a brigarem pelas primeiras colocações, ocupam apenas a parte intermediária na tabela. Com 29 pontos, o Alviverde é o 11º, uma posição à frente do Tricolor, que soma 28.

Apesar de ter vencido o Grêmio na quarta-feira, o clima no Verdão é bem parecido com o da equipe do Morumbi, que vem de duas derrotas, já que os dois times oscilam bons e maus momentos na competição e a ordem é acabar de vez com a instabilidade.

Por isso, o clássico de hoje é fundamental para um deles ganhar moral e buscar uma arrancada visando o G-4.

No Palmeiras, além do goleiro Marcos, ainda machucado, o técnico Luiz Felipe Scolari terá os desfalques do volante Edinho e do atacante Kleber, ambos suspensos. Pierre assume a posição no meio-de-campo, enquanto Tadeu ganha vaga no ataque. O meia chileno Valdivia, ainda fora de forma, deverá começar no banco de reservas.

"Sabemos que será um jogo muito difícil contra o São Paulo, mas o Palmeiras tem demonstrado superação", declarou o volante Pierre.

O técnico Sérgio Baresi confirmou após o treino de ontem, no CT da Barra Funda, que o Tricolor começará o Choque-Rei no esquema 4-4-2. Apesar de ter participado do rachão, Ricardo Oliveira segue fora. A expectativa é que ele volte na quarta-feira, contra o Guarani, no Morumbi. Recuperado de cirurgia no joelho direito, o zagueiro Alex Silva pega o Verdão.

Marcos Assunção assume papel de líder da equipe

Com o goleiro Marcos machucado, o atacante Kleber suspenso e o meia Valdivia ainda fora de forma, a responsabilidade de comandar o Palmeiras fica para o experiente volante Marcos Assunção, que vem agradando o técnico Luiz Felipe Scolari com boas atuações.

O atleta de 34 anos assumiu bem o papel de líder palmeirense. Comanda o time em campo e fora dele. Com qualidade nos passes e precisão nas cobranças de falta, Marcos Assunção tem sido decisivo em alguns jogos - foi dele o gol da classificação na Copa Sul-Americana, nos 3 a 0 sobre o Vitória, e foi também o melhor jogador alviverde nos triunfos fora de casa diante do Atlético-MG e Grêmio.

"Independente da idade, ele parece um jovem. Dita a forma de jogar do time pela sua qualidade técnica", comentou Felipão, que completou dois meses de Palmeiras.

"Talvez nos falte tranquilidade. O Palmeiras vai melhorar, não temos mais margens para o erro", avisou o volante.

Alex Silva volta para dar segurança à defesa

Para dar segurança à defesa são-paulina, Alex Silva estará em campo contra o Palmeiras depois de ter ficado afastado mais de um mês devido artroscopia no joelho direito.

O retorno do zagueiro é a grande esperança do técnico Sérgio Baresi para, enfim, acertar o sistema defensivo.

Grande destaque do time no primeiro semestre, Alex Silva não foge da responsabilidade. "Sempre que entro em campo traço uma meta de não tomar gol", afirmou. "Antes da eliminação na Libertadores, vínhamos em uma fase razoável. Agora é hora de pararmos de sofrer tantos gols."

Quando pisar no gramado do Pacaembu, o jogador dará adeus a outro sofrimento: torcer pela televisão. "Fiquei doido", lembrou Alex Silva, mostrando bom humor com a situação que viveu durante a recuperação. "Até assustava meu filho com os gritos. Fico muito irritado. Queria voltar à equipe em um momento melhor. Mas espero dar uma contagiada no time para voltarmos a vencer. Se as coisas não estão dando certo na técnica, tem de ser no coração", completou Alex Silva.

JÚNIOR CÉSAR - Após exame de ressonância magnética, foi constatado o rompimento total do tendão calcâneo do lateral esquerdo do São Paulo, que passará por cirurgia na próxima semana.

Júnior César, que deverá ficar longe dos gramados por cerca de cinco meses, apareceu de muletas ontem no CT da Barra Funda e mostrou otimismo em sua recuperação. "Vou fazer de tudo para voltar antes do prazo", afirmou.

Alviverde usará camisa da Arrancada Heróica

Palmeiras e São Paulo fizeram duelos históricos no Pacaembu. A final do Campeonato Paulista de 1942 é considerada o maior deles.

Os palmeirenses queriam revidar a pressão exercida pelos diretores são-paulinos para que o governo obrigasse o clube a mudar de nome, já que o Brasil ficou do lado oposto ao dos italianos durante a Segunda Guerra Mundial.

Foi a primeira partida do clube alviverde como Palmeiras, depois de se chamar Palestra Itália, exatamente contra o Tricolor. Além de conquistar o título com a vitória por 3 a 1, o Palmeiras viu o adversário abandonar o campo.

O episódio, conhecido como Arrancada Heroica, ocorreu no dia 20 de setembro.

Para comemorar, o Palmeiras, que conta com uma invencibilidade de 13 anos contra o Tricolor no Pacaembu, entrará em campo hoje com um novo visual. A equipe vestirá um modelo de camisa igual ao da final do Paulistão de 1942.