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Sem respaldo, funcionários da Guarará decidem cruzar os braços

Insatisfeito com promessa de recebimento de
benefícios no dia 14, grupo protestou ontem

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
07/10/2016 | 08:51
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Denis Maciel/DGABC


Funcionários da Expresso Guarará paralisaram, ontem, suas atividades, às vésperas do último dia de operação da empresa em Santo André. Sem respaldo por parte da administração andreense em relação ao recebimento de benefícios atrasados, o grupo interrompeu a circulação das 15 linhas que atendem cerca de 50 mil pessoas da região da Vila Luzita diariamente, por volta das 20h. A ação gerou transtornos aos passageiros que voltavam para casa após o trabalho.

Houve protesto tanto no Terminal da Vila Luzita quanto no Paço Municipal, onde comissão, que incluiu representantes do Sintetra (Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC), dos trabalhadores e da SATrans, se reuniu com o prefeito Carlos Grana (PT). A equipe do Diário não foi autorizada a participar da conversa, realizada no gabinete do prefeito.

A manifestação foi a única alternativa encontrada pelos motoristas e cobradores da Expresso Guarará para tentar resolver impasses trabalhistas. Conforme os funcionários, a Prefeitura e o Sintetra descumpriram acordo firmado com a categoria no início do mês. “O combinado era que a empresa (Guarará) iria pagar até o dia 4 nossa PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e vale-alimentação, mas nada disso foi cumprido. Para piorar, a Prefeitura e o sindicato tiveram reunião hoje (ontem) e decidiram por conta própria que só receberíamos os benefícios no dia 14 em cheque. Como vamos ficar sem dinheiro até lá?”, questionou revoltado o motorista Francisco Isaías da Costa, 50 anos.

Segundo funcionários, sem a presença de integrantes da categoria, representantes do Paço andreense, Sintetra e Suzantur, que irá substituir a operação da Guarará a partir da 0h de amanhã, se reuniram ontem na GRT (Gerência Regional do Trabalho) para definir o futuro da categoria.

De acordo com o diretor da SATrans, Fábio de Jesus Leite, a medida foi saída encontrada pelo Paço para garantir a manutenção do trabalho dos funcionários na nova empresa. “Embora a Suzantur ainda não tenha assinado o contrato, eles se comprometeram a contratar todos os funcionários e a pagar no dia 14 o vale- alimentação.”

CONTRATO

A vistoria dos 71 coletivos que serão disponibilizados pela Suzantur a partir de sábado para operar na cidade foi concluída ontem. O procedimento é necessário para a assinatura do contrato emergencial, com validade de 180 dias.

O certame, aberto pela Prefeitura andreense no dia 28 de setembro, às vésperas do primeiro turno das eleições municipais disputadas pelo prefeito, é alvo de questionamento da Justiça. O Paço deve esclarecer, em até 24 horas, ao juiz Genilson Rodrigues Carneiro, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Santo André, indícios de irregularidades no procedimento de contratação.

Este é o terceiro processo de certame emergencial ganho pela Suzantur. Em Mauá, onde a empresa atua desde 2013, a suspeita é sobre possíveis irregularidades no descredenciamento das duas concessionárias que operavam anteriormente – Leblon e Cidade de Mauá.

TRANSTORNO

Pegos de surpresa com a paralisação dos ônibus da Expresso Guarará, usuários do sistema lotaram, ontem, a entrada do Terminal da Vila Luzita. “Estou ligando para meus parentes para ver se alguém pode me buscar, porque é impossível ir a pé até o Clube de Campo a essa hora (por volta das 20h30)”, disse a vendedora Ilma Salles, 39 anos.

A auxiliar de limpeza Ruth Domingues, 44, que saiu de casa ontem às 7h para trabalhar em São Paulo, lamentou situação. “É um desrespeito com a população. Como a Prefeitura pode permitir algo do tipo? Vou ter de esperar meu marido sair do trabalho para vir me buscar.”  




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