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Trilogia bíblica volta ao cartaz
Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
25/11/2002 | 18:19
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Parte da trilogia bíblica do Teatro da Vertigem, dirigido por Antônio Araújo, retorna esta semana ao cartaz em São Paulo. O grupo comemora seus dez anos com a reapresentação das três peças (O Paraíso Perdido, de Sérgio de Carvalho, O Livro de Jó, de Luís Alberto de Abreu, e Apocalipse 1,11, de Fernando Bonassi).   

Apocalipse 1,11, de 2000, fala sobre a violência e o caos urbanos, e reestréia nesta terça no presídio do Hipódromo. O Livro de Jó, de 1995, aborda a aids e volta sexta-feira ao hospital Umberto Primo. O Paraíso Perdido, de 1992, debate a questão do sagrado na contemporaneidade e reestréia em janeiro, em local ainda não definido. Nos três espetáculos são discutidos o humano e o divino, o sagrado e o profano.   

Araújo destaca que as três peças “se configuram como trilogia, mas não foram pensadas como trilogia”: “São circunscritas à época em que foram feitas, motivadas por inquietações específicas”. Apesar disso, e graças à riqueza das montagens, é possível dar a eles outros contextos. “Em Moscou, em 1998, o público leu O Livro de Jó por um viés mais existencial, como um homem diante da iminência da morte”, diz.   

Além de um sério trabalho de pesquisa, há outras características comuns entre os três espetáculos. Uma é o processo colaborativo de montagem, pelo qual atores, autor e diretor trabalham integrados. Outra: o diálogo intenso com o local das apresentações. O Paraíso Perdido estreou na igreja de Santa Ifigênia; O Livro de Jó, no hospital Umberto Primo; e Apocalipse 1,11, no presídio do Hipódromo.   

Nesta quarta, o Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, recebe o Teatro da Vertigem para o programa Dramaturgias. Na pauta: leitura de trechos das peças e debate com os autores.




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