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Polícia investiga golpe do Imposto de Renda
Tiago Dantas
Do Diário do Grande ABC
10/02/2010 | 07:59
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André Henriques/DGABC


Uma empresa que prometia restituição de IR (Imposto de Renda) até para quem era isento está sendo investigada pela Polícia Civil de São Bernardo. Os policiais procuram provas que possam mostrar que o serviço oferecido pelo grupo trata-se, na verdade, de um golpe. Pelo menos sete possíveis vítimas estiveram na delegacia ontem.

Os funcionários da empresa, que não tem nome, cobravam R$ 50 de cada cliente para cada R$ 300 obtidos na restituição do IR. A promessa era que os valores seriam depositados diretamente na conta do favorecido, muitas vezes, em menos de 20 dias. O grupo atendia até ontem em uma casa de paredes brancas e portão de madeira na Rua Batuíra, no bairro Assunção, em São Bernardo.

Não há nenhum tipo de letreiro ou faixa que identifique o local. Na sala, dezenas de pessoas aguardavam atendimento todos os dias. A propaganda era feita boca a boca, segundo relato de clientes, e o atendimento era sempre pessoal. Os telefones que os funcionários forneciam aos clientes estavam sempre ocupados.

"Devia ter desconfiado que isso era um golpe. Nunca eram as mesmas pessoas que atendiam a gente. Ia sempre mudando. Pelo menos levaram só R$ 50", afirma um operador de máquinas de 38 anos, que não se identificou. "Ia hoje lá para cancelar. Minha filha falou com o advogado da empresa dela e ele falou que é fraude. Quero meu dinheiro de volta", reclama uma aposentada de 66 anos.

Outras supostas vítimas, no entanto, chegaram a receber parte da restituição. "Eles pegaram meu CPF e minha carteira de trabalho e disseram que eu tinha direito a três parcelas de R$ 300. Fui lá em novembro. Dei R$ 150 para eles, mas só recebi uma parcela, no fim de dezembro", diz operador de laminadora de 25 anos.

Os dois homens apontados como donos do negócio não foram localizados ontem. Eles constam como averiguadas num boletim de ocorrência que apura o crime de estelionato registrado no 3° DP de São Bernardo. O delegado Frederico Costa Miguel, que ouviu as testemunhas ontem, ainda não há informação suficiente para ter certeza que é um crime.




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