Amigos, parentes, colegas de escola e professores acompanharam o velório e o enterro. O clima de revolta continuava. “Hoje um menino morreu em São Bernardo, amanhã será em outras cidades. O problema é que o governo não oferece segurança, onde estava a tal da ronda escolar? Não tinha uma viatura da polícia para evitar a tragédia”, disse uma senhora, uma das mulheres que amparavam a mãe de Rafinha, a dona de casa Cláudia Lopes Porfírio, 34, que não quis dar declarações.
Comerciantes vizinhos da Omar Daibert afirmaram que brigas entre alunos são constantes no local, mas nunca se tomou providências. “As pessoas se atentam aos problemas só quando ocorre um caso grave como o tiro e a morte do menino (Rafinha). Sempre há brigas, mas não se tomaram as devidas providências”, disse um deles, que não quis se identificar.
“Meu filho foi a bola da vez, infelizmente foi com ele. Mas sabemos que ocorre em diversos portões de escolas. A lembrança que terei dele é de um bom menino. Terça, o esperava na minha oficina (onde ele trabalhava), ele não vinha. Logo depois recebi a notícia, cheguei no pronto-socorro e já estava morto”, disse o mecânico Edinário Moreira dos Santos, 42.
Rafinha recebeu o tiro à queima roupa durante uma briga entre alunos da escola – em que estava envolvido –, que foram dispensados 35 minutos antes do horário normal por conta de uma reunião pedagógica. Há suspeitas ainda não confirmadas por algum órgão oficial de que o autor do tiro seja também aluno da Omar Daibert. A direção da escola deve ser ouvida pelo delegado Paul Verduraz, do setor de Homicídios. A Apeoesp (Sindicato dos Professores de Ensino Oficial do Estado de São Paulo) de São Bernardo irá acompanhar o caso.
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