"Quisemos falar do aniversário da cidade, mas de um jeito um pouco diferente, citando as formas de diversão que as pessoas encontram nos finais de semana de São Paulo”, disse o carnavalesco Joãozinho S/A. E dá-lhe cerveja, futebol e cinema.
Na quadra da escola, na avenida Dom Jorge Marcos de Oliveira, os integrantes da Vila Alice – em boa parte moradores da favela Tamarutaca – se preparam desde novembro para acabar com um jejum de seis anos sem títulos.
A bateria vem ensaiando forte desde o final do ano passado. Entre os ritmistas, Charles de Oliveira Nunes, 18 anos, não se limita a batucar e dá uma força para o pessoal encarregado daquele que é um dos itens mais trabalhosos na preparação de qualquer escola de samba: a confecção de centenas de fantasias. “Desfilo com a vila Alice há quatro anos e sempre ajudei na preparação das fantasias”, disse Nunes. “Ano passado a gente foi bem na avenida, esse ano vamos melhor ainda”.
Pronta para sambar durante todo o desfile, que começa às 23h15 de domingo, a madrinha da bateria Eliete Silvério, 22 anos, vivencia o dia-a-dia da Vila Alice desde pequena. Órfã de pai e mãe, que também participavam ativamente da preparação e dos desfiles a cada ano, a curvilínea Eliete é a única representante da família na avenida Firestone. “Tenho irmãos que desfilavam também, mas quando se casaram, deixaram de freqüentar a quadra da escola. Agora vou desfilar só eu”, disse Eliete.
Segundo Joãzinho S/A, falta pouco para o final da preparação da Vila Alice. “Dois carros alegóricos estão quase prontos, a mesma situação das fantasias, que só precisam de alguns ajustes”, disse.
Neste ano, são 450 integrantes, entre destaques e passistas, distribuídos em quatro carros alegóricos e 13 alas. Décio Cardoso, presidente da agremiação fundada há 24 anos – uma das escolas de samba mais tradicionais da cidade – diz que o ponto forte da Vila Alice é uma estreita ligação com a “família Tamarutaca”. “Temos uma comunidade de aproximadamente 9 mil pessoas (5,2 mil segundo a Prefeitura), que é atuante e ajuda a colocar a escola na avenida”, disse Cardoso.
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