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Jorge Amado é enredo da Estopim da Fiel
Nicolas Tamasauskas
Do Diário do Grande ABC
10/02/2004 | 21:33
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Agremiação de corintianos, a escola de samba Estopim da Fiel entra na avenida Doutor Ulisses Guimarães às 23h45 de sábado, investindo em um tema bastante diferente das demais agremiações que lutam pelo título do Carnaval de 2004 em Diadema. “Amado Jorge de Todos os Santos”, um samba-enredo feito com autorização da viúva Zélia Gattai, combina a atuação política e a forte raiz baiana de um dos maiores escritores da língua portuguesa.

A passagem pela avenida, devidamente filmada, vai ficar registrada no museu em homenagem ao escritor que existe em Salvador, a Fundação Jorge Amado, de acordo com o presidente da Estopim, Marco Antônio Ciriano.

Nesse ano, a escola aposta em seus quatro carros alegóricos. Um deles registra o exílio de Jorge Amado na França, iniciado no período do regime militar. Faz referências ainda ao partidão, como era conhecido o PCB (Partido Comunista Brasileiro), pelo qual o escritor baiano foi deputado constituinte na década de 40.

“Tivemos um grande apoio da Zélia Gattai e da Fundação que, além de autorizarem a gente a fazer um samba-enredo que conta a vida do Jorge Amado, nos mandaram material de pesquisa, que facilitou muito nossa vida”, disse Ciriano.

Os preparativos estão em fase final, em um barracão que fica no bairro Taboão, em São Bernardo, perto da divisa com Diadema. Dezoito pessoas se revezam desde o dia 18 de janeiro na costura de fantasias, montagem de adereços e construção de carros alegóricos.

No final da última semana, cerca de 15 corintianos davam forma a dois dos carros alegóricos. No entanto, o presidente Ciriano proibiu que fossem feitas fotografias dos carros. “Carnaval é fogo, não pode deixar os outros verem o que você está fazendo”, justificou o presidente. As fantasias, prontas há cerca de 15 dias, também estão guardadas a sete chaves.

A melhor colocação da história da Estopim no Carnaval de Diadema foi em 2002, quando a escola de samba faturou o título – um ano depois de ter conseguido o acesso ao grupo principal de Diadema. Neste ano, por decisão da liga das escolas, todas desfilam em grupo único.

A exemplo da poderosa irmã mais velha, a Gaviões da Fiel, de quem recebe apoio eventual, a Estopim surgiu como torcida da equipe paulistana de futebol para depois contar com um bloco de carnaval. Em 1995, transformou-se em escola de samba e passou a disputar com as principais agremiações de Diadema.

Hoje, a Estopim se apóia em um contingente de cerca de mil sócios, que ajuda a driblar as dificuldades na hora de complementar a subvenção de R$ 20 mil dada pela Prefeitura a cada participante. “A gente conta também com o apoio dos comerciantes corintianos”, disse Ciriano.

A confusão na apuração do ano passado – que terminou em empurra-empurra e sem ninguém consagrado campeão – os integrantes da Estopim pretendem deixar para trás. “Vamos lutar neste ano para levar o título. A marca da escola é a garra e a disposição para lutar”, comentou o presidente.




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