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Fundação dá um mês para deixar CS-E em Sto.André
Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
20/05/2003 | 22:13
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A FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) vai começar a retirar seus técnicos do CS-E (Centro de Saúde-Escola), uma UBS (Unidade Básica de Saúde) modelo no bairro Capuava, em Santo André, no dia 1º de julho se, até lá, a Secretaria de Saúde da cidade não aumentar o repasse de verba para a instituição. O anúncio foi feito terça-feira pelo presidente da Fundação do ABC, Francisco Amaury Laselva, numa reunião com a Prefeitura e 20 usuários do centro para discutir a crise na unidade. Não há previsão de aumento da verba de R$ 33 mil para o centro, mas a Prefeitura informou que vai estudar até lá a revisão do valor.

Para cortar custos, desde janeiro, sete técnicos da FMABC foram desligados do CS-E, afetando a capacidade de atendimento. Segundo Laselva, após os desligamentos, os gastos caíram de R$ 87 mil para R$ 25 mil. “Temos interesse em manter a parceria, mas não vamos colocar mais nenhum dinheiro do bolso.” O convênio com a Prefeitura existe desde 1986.

Caso no prazo acertado não haja um acerto entre as partes, os funcionários da Fundação serão retirados do CS-E. “O que posso garantir é que não será de uma vez, mas, se não houver aumento do valor, até dezembro romperemos a parceria por completo”, afirmou Laselva. Ele não soube dizer quantos profissionais conseguirá manter no CS-E se a verba da Prefeitura permanecer a mesma. “Teremos de equacionar o corpo médico ao valor.”

Representante da Secretaria de Saúde, o diretor do Departamento de Gestão do SUS (Sistema Único de Saúde), Humberto Barjud Onias, reafirmou não haver previsão de aumento da verba municipal de R$ 33 mil para o centro, mas considerou a possibilidade de reajuste do valor. Segundo Onias, além do repasse, a Prefeitura gasta mais R$ 45 mil com infra-estrutura e materiais. “Temos um mês para discutir um novo projeto.”

De acordo com um dos membros da conselho diretor do CS-E, o usuário Adelino Sesmilo, com a saída dos médicos e funcionários da FMABC, o tempo médio de espera para marcação de consultas saltará para quatro meses. Entre as especialidades mantidas no CS-E estão ginecologia, psicologia e dermatologia. Os dentistas deixaram o local no início do ano. Caso a parceria seja rompida por completo, o atendimento será restrito a clínica geral e pediatria.

Além da verba insuficiente, na reunião foi discutida também a falta de material de trabalho no centro, entre eles luvas, materiais de higiene e medicamentos. “Quanto a isso, não tenho dúvida de que a Prefeitura irá sanar a falta. Sem material e medicamentos, nosso trabalho fica comprometido”, afirmou Laselva.




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