Irmãos, o ex-prefeito de Mauá Diniz Lopes (PSB) e o vereador Manoel Lopes (DEM) voltarão a concorrer na eleição de amanhã à mesma vaga, na Câmara. Mesmo sendo da mesma família, o que teoricamente tiraria votos um do outro, todas as três vezes em que os dois disputaram cadeira no Legislativo, ambos se elegeram.

Manoel sai na frente com número de mandatos – disputará o sexto consecutivo, enquanto o irmão buscará o quarto. O democrata foi eleito a primeira vez em 1992, pelo extinto PL (hoje PR). A primeira vez em que os dois duelaram pelos mesmos votos foi quatro anos depois, quando Manoel foi reeleito e Diniz conquistou espaço na Câmara pela primeira vez.

No pleito de 2000, voltaram a disputar cadeira no Legislativo em palanques diferentes e novamente foram eleitos. Pelo antigo PFL (hoje DEM), Manoel pedia votos para o ex-prefeito Leonel Damo (PMDB) e Diniz integrava o arco de alianças do atual vereador Cincinato Freire (PDT) na disputa pelo Paço. Tiveram êxito em seus projetos políticos pessoais, mas a eleição majoritária foi vencida por Oswaldo Dias (PT).

Quatro anos mais tarde repetiram o triunfo nas urnas. Diniz foi eleito presidente da Câmara e, em meio a imbróglio jurídico envolvendo a eleição – vencedor do primeiro turno, Márcio Chaves (ex-PT, hoje PSD) teve a candidatura cassada às vésperas do segundo turno por aparecer na exposição Túnel do Tempo –, Diniz assumiu interinamente a Prefeitura e governou por 11 meses, até a Justiça Eleitoral declarar Damo vitorioso. A concorrência acabou desde a eleição de 2008, quando Diniz brigou pela Prefeitura. Repetiu o projeto majoritário em 2012.

Distantes politicamente há alguns anos, Diniz garante ter colocado “uma pedra em cima” das rusgas, mas cutuca o irmão. “Sou mais conhecido do que ele. Nosso eleitorado é diferente. Enquanto ele tem um reduto específico, eu sou vereador da cidade inteira”, frisou. Curiosamente, a mesma avaliação é feita por Manoel. “Para mim, não tem confronto”, diz. Neste pleito, ambos apoiam o deputado estadual Atila Jacomussi (PSB) na corrida pelo Paço.

Apesar da confiança, todas as vezes Diniz esteve atrás de Manoel – 2.038 votos a 1.394 em 1996; 3.376 a 3.160 em 2000; e 3.856 a 3.619 em 2004.