Economia Titulo Grande ABC
Mercado de trabalho do Grande ABC volta ao nível de 2009

Taxa de desemprego em agosto atinge 16,4% e
figura como pior resultado para o mês desde 2005

Vinícius Claro
Especial para o Diário
30/09/2016 | 07:12
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Nario Barbosa/DGABC


O número de profissionais do Grande ABC no mercado de trabalho, em agosto, é o menor desde 2009 – auge da crise econômica internacional. De acordo com a PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), no mês passado havia 1,193 milhão de ocupados, volume bem próximo ao registrado sete anos atrás, de 1,155 milhão.

O levantamento, que tem como base entrevistas domiciliares e considera todo tipo de emprego (formal, informal, autônomo e temporário), foi divulgado ontem pelo Seade/Dieese. Cerca de 20% dos consultados atuam fora da região.

O retrocesso no mercado de trabalho vem acompanhado de taxa de desemprego de 16,4%, a maior marca para agosto desde 2005. Apesar do recorde, o percentual vem diminuindo há três meses – em maio estava em 17,1%.

Essa taxa significa que, nas sete cidades, existem 234 mil desempregados. O número recuou em 6.000 pessoas em um mês; dessas, porém, apenas 2.000 conseguiram emprego, sendo que as outras 4.000 desistiram de procurar ocupação, provavelmente devido ao momento de crise na economia e redução de oportunidades.

Quando se compara a agosto de 2015, porém, houve acréscimo de 46 mil trabalhadores na fila do emprego. À época, a taxa estava em 13,6%, e havia 188 mil desempregados. O número de ocupados, por sua vez, era exatamente o mesmo, de 1,193 milhão.

Na avaliação do economista do Dieese César Andaku, tem havido recuperação no nível de trabalhadores no segundo semestre, já que os últimos dois meses apontam continuidade na redução da taxa de desemprego. “Apesar disso, não temos clareza do cenário até o fim do ano. Se haverá retomada, de fato. O que vemos é uma estabilidade em níveis ruins, uma taxa de desemprego pior que em 2004 e 2005, mas melhor que a década de 1990, quando chegava a 20%.”

De julho para agosto, o ramo que mais gerou oportunidades foi serviços (0,7%) com a criação de 5.000 postos de trabalho. Comércio e reparação de veículos, por sua vez, ficou estável, enquanto a indústria (-2,2%) demitiu 6.000 operários. A indústria metalmecânica teve a maior queda (-5,6%), com 8.000 cortes.

De acordo com a pesquisa, foi o trabalho autônomo que mais cresceu, com incremento de 6.000 pessoas atuando diretamente com o público. Também chama a atenção o aumento de empregadores, donos de negócio familiar e profissionais liberais, ampliado em 11 mil.

RENDA - O rendimento médio real dos ocupados, no Grande ABC, é de R$ 2.201. A cifra representa queda de 0,9% ante o mesmo período do ano passado. Na comparação com julho, no entanto, houve acréscimo de 0,7%.  




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