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Hospital vive manhã para lá de diferente
Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
18/11/2010 | 07:49
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Edmilson Magalhães/DGABC


 Maria Valdene, 33 anos, tinha três meninos quando ficou grávida pela quarta vez. A chegada de um novo integrante da família não foi planejada, mas a surpresa maior veio quando, no primeiro ultrassom, a mãe descobriu que esperava dois bebês. "Nessa hora passa de tudo na nossa cabeça. A barriga mexia e eu pensava: ‘são dois, duas crianças, como vou cuidar de duas crianças?' No fim, tudo dá certo e a gente tira fôlego não sei de onde", garantiu.

Hoje o fôlego de Maria é visível: ela segura Juliana Vitória e Gustavo, ambos de 10 meses, ao mesmo tempo e sem dificuldades durante o encontro Você Cuidou de mim, promovido pelo HMU (Hospital Municipal Universitário), em São Bernardo. A intenção do evento realizado ontem é aproximar mães e bebês prematuros dos profissionais que cuidaram deles durante a internação.

Em 2010, 95% dos cerca de 140 bebês que nasceram prematuros no HMU deixaram o hospital mamando no peito. Os filhos de Maria fazem parte da estatística e foram auxiliados pela fonoaudióloga Priscila Endo. "O bebê prematuro tem mais dificuldades porque não desenvolveu todo o sistema respiratório. Enquanto a criança está na incubadora, estimulamos a mãe a fazer a ordenha para garantir a produção de leite", explicou.

Esse não é o único procedimento humanizado adotado pelo hospital no tratamento dos bebês ‘apressadinhos'. No Dia Internacional do Prematuro, lembrado ontem, a superintendente do HMU Carolina Chacchur destacou o ‘método canguru', uma forma de aproximação entre a família e o bebê que nasceu antes do tempo. "O procedimento estimula o vínculo afetivo e o aleitamento", afirmou.

esse método, desenvolvido na Colômbia como forma de suprir a falta de tecnologia dos hospitais, papais, mamães e outros parentes do bebê prematuro são estimulados a colocar a criança em contato com o peito, pele com pele, como se tivessem uma bolsa semelhante ao animal.

O conferente José Leonardo de Oliveira, 46, teve a oportunidade de ser o canguru das netas Giulia e Giovana, gêmeas idênticas. "Elas aprenderam a respirar com o movimento do meu peito", relembrou. Com a aproximação feita desde o nascimento, hoje o avô é recebido com sorriso e festa quando volta do trabalho, "um verdadeiro presente", conforme suas palavras.

A jovem Lendice Ariele dos Santos, 16, também participou do método com seu filho, Marcos Paulo. "Ele nasceu de 7 meses, muito pequeno. O canguru me fez sentir mais segura na hora de cuidar dele", disse.

 

 

São Bernardo terá Hospital da Mulher a partir de 2012

 

A intenção da Secretaria de Saúde de São Bernardo é transformar o HMU (Hospital Municipal Universitário) no Hospital da Mulher . Para tanto, é preciso concluir as obras do Hospital de Clínicas, previstas para março de 2012. De acordo com o secretário Arthur Chioro, isso possibilitará a reorganização do sistema público de saúde.

Chioro destacou que as reformas no HMU, com verba de R$ 5 milhões do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), já começaram. "Nossa meta é entregar o Pronto-Socorro Obstétrico ainda neste ano", garantiu. Com a conclusão da intervenção, as gestantes deixarão de ser atendidas no PS Central, onde convivem com outros pacientes e ficam sujeitas a diversas doenças.

Com o HMU transformado em Hospital da Mulher, os 25 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ficarão disponíveis para partos e cirurgias ginecológicas. Cerca de 30% dos partos de São Bernardo são realizados fora da cidade. CG

 

 

‘Tinha medo de pegá-las', diz pai  de quádruplas

 

Sofia, Suzana, Gabriela Vitória e Giovana pesavam pouco mais de um quilo quando nasceram no HMU (Hospital Municipal Universitário), em São Bernardo, aos sete meses de gravidez. O pai, o vigilante Wagner José Gonçalves, 39, lembra-se bem da primeira vez em que pegou as filhas no colo. "Elas eram tão pequenas que tive medo de segurar", confessou.

A mãe, Simone Alves Nascimento, 38, já tinha um menino quando ficou grávida das quadrigêmeas. "Queríamos ter mais um e, por isso, tomei hormônios. Vieram quatro de uma só vez", explicou.

A rotina da família foi difícil no começo. "Dava de mamar para uma em cada peito e completava com a mamadeira", relembrou Simone. Durante o encontro realizado ontem no hospital, as quatro meninas, agora com seis anos, duas delas com cabelos lisos, duas enrolados, corriam de um lado para o outro e desenhavam com giz de cera. O esforço de Simone e Wagner valeu a pena. CG




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