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'Anjo' que agiu na enchente volta a ser solidário em Santo André
André Vieira
Do Diário do Grande ABC
09/01/2010 | 08:49
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Um dia depois de se lançar na Rua Senador Flaquer alagada e retirar duas mulheres de um carro parcialmente submerso, o auxiliar de limpeza José Nilton Ramos dos Santos, 37 anos, voltou a demonstrar solidariedade. Mais uma vez atingida pela chuva, a via, no Centro de Santo André, encheu ontem à tarde e lá estava o homem, ajudando a empurrar um veículo que empacou, como se este fosse seu ofício.

Prevendo que a tempestade que caia sobre a região por volta das 14h45 pudesse repetir os estragos de quinta-feira, o auxiliar de limpeza tratou de cumprir seu papel de zelar pelo escritório onde trabalha e levantou as comportas na entrada do estabelecimento.

Nesse momento, uma mulher tentou sem sucesso dar a partida em seu Vectra verde parado no meio da inundação. Santos arregaçou a barra da calça e entrou na água para dar a força que o veículo necessitava para funcionar. Outros dois homens o ajudaram.

O prazer de se oferecer aos que precisam de auxílio não é um fato isolado na vida do auxiliar de limpeza, que há 17 anos deixou a sua cidade natal, Feira de Santana, na Bahia.

Um dia antes de afastar o Vectra da corredeira que se formou na Senador Flaquer, Santos salvou, no mesmo lugar, mãe e filha que ficaram presas pela enchente dentro do próprio carro. "Estava observando a chuva e ouvi um pedido: ‘Socorro, moço, por favor, me ajuda a sair'. Pensei: ‘Seja o que Deus quiser'. Então me joguei na água", conta.

Antes que se aproximasse, Santos foi orientado pela mulher ao volante para retirar primeiro sua mãe. Com a perna inchada e tendo acabado de sair de consulta médica, a senhora idosa chegou a duvidar que pudesse deixar o veículo.

 "Ela estava assustada e com dores, acho que pensou que não fosse capaz de andar com a água na altura dos joelhos, mas a filha insistiu e disse para ela sair com a minha ajuda", contou Santos.

Rapidamente, o auxiliar de limpeza conduziu as duas mulheres para dentro de uma autoescola em frente, onde puderam se sentar e esperar a água baixar. Preocupado em voltar ao seu posto, Santos não teve tempo de perguntar o nome das mulheres e nem de se apresentar.

 "As duas apenas me disseram obrigado e pediram a Deus pela minha vida. Eu respondi agradecido e disse que estaria aqui novamente, se precisassem de ajuda", afirmou Santos.




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