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Dib não apóia campanha pela Billings
Adriana Ferraz, Bignardi Júnior e Miriam Gimenes
19/03/2007 | 22:23
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O prefeito de São Bernardo, William Dib (PSB), é o único da região que não apóia a campanha Salve a Billings! Diferentemente dos demais chefes de Executivos do Grande ABC, Dib afirma que não foi eleito para participar de abaixo-assinados. “Tenho certeza de que, como prefeito, tenho muito mais a fazer pela Billings que, simplesmente, assinar um abaixo-assinado.”

O prefeito apóia-se num plano de ações a ser desenvolvido pela cidade em parceria com a Jica (Agência Internacional de Cooperação do Japão). O projeto tem data de finalização em 2014. Mas até lá, se cumprido o prazo, a situação da Billings tende a piorar. Apenas nas margens de São Bernardo, a estimativa é de que existam 300 mil pessoas. Número que pode aumentar diante da fraca fiscalização municipal.

O prefeito de Rio Grande da Serra e presidente do Consórcio Intermunicipal, Adler Kiko Teixeira (PSDB), reconhece o problema e a importância da campanha. “É pertinente que um veículo de comunicação aborde essa questão. Não adianta, porém, proibir a ocupação sem possibilitar que outra atividade que não cause impacto ambiental seja implantada no local.”

Para o prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PV), é necessário, ainda, que se aprove a lei que visa efetivar a compensação financeira de áreas protegidas. “Temos muito a fazer com relação à proteção das áreas ambientais, mas para isso é preciso recurso e não podemos tirar de outras áreas para cobrir o meio ambiente. Seria necessário, por exemplo, a aquisição de carros 4x4 e o aumento de guardas.”

Em Diadema, a expectativa é de que 2008 será o ano de encerrar, definitivamente, o despejo de esgoto doméstico na represa. “Além disso, estamos em negociação com o governo federal para conseguirmos recursos para a recuperação de áreas de manancial ocupadas”, afirmou o diretor do departamento de gestão ambiental, Carlos Henrique de Oliveira. O município apresenta a maior taxa de desmatamento da represa e requer ações urgentes para recuperar seus córregos e nascentes.

No legislativo, as ações também são substituídas por discurso. As Câmaras do Grande ABC pouco fizeram para cobrar a preservação da represa. De um total de 12 leis, apenas uma foi de autoria de vereadores: a que cria, em São Bernardo, a Comissão Especial para acompanhar a elaboração do projeto da lei Billings.

O ex-presidente da comissão, Carlos Maciel (PDT), diz que no último relato sobre o andamento da lei – em dezembro – o Estado respondeu que não havia nada definido. “Por isso acho estranho que uma lei que mereça estudo possa ser finalizada já em abril”, diz Maciel.

Enquanto a classe política espera, a sociedade civil trabalha na coleta de assinaturas que sensibilizem o poder público. Escolas de ensino fundamental já se utilizam do material publicado pelo Diário para promover a defesa do meio ambiente. A professora de geografia Roseli da Silva Matos, aposta no poder do cidadão para mudar as coisas. “A gente precisa pressionar, se não, ninguém faz nada.”



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