Cíntia Bortotto Titulo Carreira
A Olimpíada do Rio de Janeiro
Cíntia Bortotto
19/09/2016 | 07:25
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Como executiva de recursos humanos, eu não poderia deixar de comentar sobre o legado humano que o mais importante evento esportivo do mundo nos deixou.

Quando se propõe a sediar um evento dessa magnitude, o impacto para mão de obra é imenso e já começou há anos. Além das obras de construção civil, pensar em cada detalhe desde que a pessoa – atleta ou turista – chega ao aeroporto até quando vai embora é um trabalho muito minucioso e criterioso. É preciso calcular, fazer as contas, se preparar, envolver a população e isso movimenta uma organização e treinamento gigantes. E fizemos um belo trabalho.

O voluntariado foi um exemplo de o quanto as pessoas ainda acreditam umas nas outras. Uma equipe enorme, que não precisou receber uma recompensa financeira, se mobilizou para fazer com que os outros se sentissem bem. Isso não aconteceu apenas no Brasil, mas também em outros países que sediaram o evento, os Jogos Olímpicos.

É muito bonito esse sentimento de que temos luz no fim do túnel. Vivemos um período de mazelas, com uma descrença muito grande nas figuras públicas e no ser humano. Quando vemos um processo como este, vemos que as pessoas conseguem colocar objetivos maiores à frente de suas metas pessoais. Acreditamos que a gente consegue, que somos um povo que sabe fazer direito e que, se tivermos pessoas mobilizadas, somos um País que pode dar certo.

Diversos exemplos individuais nos mostraram como superar. Um deles é do medalhista da canoagem Isaquias Queirós, de uma família simples, do Interior da Bahia, uma grande história de superação. É como se ele dissesse para nós: ‘Não importa quem você é, nem de onde você vem, mas sim o que você quer’.

Bernardinho, como técnico, também mostrou mais uma vez o que é ser um líder. Depois da vitória, ele contou que precisou se reinventar como coach para este time. Ele tinha como modelo mental em equipes anteriores que colocar pressão é o que fazia o time reagir. No entanto, com este grupo, quanto mais ele fazia isso, mais a equipe se ressentia e isso não gerava resultados.

Então ele precisou mudar a fórmula de sucesso de uma vida toda e criar uma prática diferente. Nós, gestores, que lideramos equipe, precisamos estar muito atentos nessa questão. Como meus subordinados reagem diante da minha postura? O que devo fazer para melhorar? O que mudar para que a equipe tenha resultados bons? Desempenho passado não garante sucesso futuro. Dá indícios, mas não garante de fato, pois, no futuro, o cenário, o mundo e as pessoas são diferentes. Essa reflexão é superimportante para quem quer ter sucesso com sua equipe.

Rafaela Silva é outro exemplo. Ela cresceu na Cidade de Deus e conseguiu drenar toda sua energia para um esporte transformando a agressividade em algo positivo. Isso é outra coisa que podemos observar quando gerimos uma equipe. Se você consegue colocar a pessoa para fazer o que de fato ela vai gerar valor, é possível tirar o melhor dela. A Rafaela conseguiu um técnico que enxergou isso e a desenvolveu para isso.

Outra característica muito importante para as pessoas que em geral vencem na profissão e que a Rafaela também tem é ter resiliência. Falaram muito mal dela nas Olimpíadas anteriores e ela deu a volta por cima. Se olharmos para a trajetória da maior parte das pessoas que chegaram a posições de sucesso na vida profissional, esta é uma constante. Elas, em geral, tiveram momentos muito difíceis e conseguir passar por eles é o que as fez mais fortes para vencer.

Aproveite estas histórias para aprender.

Siga confiante e boa sorte! 




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