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Bernardinho prepara-se para o desafio olímpico
Do Diário do Grande ABC
18/11/1999 | 17:09
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O técnico Bernardo Rezende desembarcou nesta quinta-feira no Brasil - depois de conquistar a vaga olímpica com a seleçao feminina de vôlei, na Copa do Mundo do Japao - falando no futuro e planejando o trabalho da próxima temporada. O desafio para Bernardinho, um técnico vencedor, que assumiu o comando da equipe em dezembro de 1993, é levar ao pódio olímpico em Sydney, um grupo inexperiente, em fase de renovaçao, que, na falta de talentos individuais excepcionais, tem de apostar no conjunto. Bernardinho pretende reunir o grupo em maio para fazer melhorias táticas na equipe.

"Vamos continuar investindo no sistema defensivo - defesa e bloqueio -, que foi bem no Japao, e melhorar o ataque individualmente". O técnico observou que o porcentual de acertos do ataque de suas "ponteiras" foi menor que o das russas, por exemplo. "Ainda podemos crescer nisso."

Bernardinho pretende trabalhar para Sydney com o grupo que tem sem insistir na volta de jogadoras como Márcia Fu, Hilma ou mesmo da levantadora Fernanda Venturini. "O que temos sao as jogadoras que foram à Copa do Mundo, que deram provas de que sao corajosas", afirmou. "Saíram da barra da saia da mae outro dia ganharam o Pan, foram vice no Grand Prix e obtiveram a vaga olímpica." Entre 0 e 10, deu nota 7 para as jogadoras.

Disse que se atletas como Márcia Fu, Hilma e Fernanda Venturini, além de Fernanda Doval, que está na Itália, quiserem voltar, "terao de cortar um dobrado", enfrentar muito treino e sacrifícios para estar no grupo de 11 jogadoras (os times terao um atleta a menos) em Sydney. "A base é essa seleçao que jogou a Copa, mais a Raquel".

Bernardinho só nao gostou da atuaçao do Brasil, contra Cuba, e mesmo assim após o primeiro set. "Contra a Rússia, jogamos de igual para igual e só perdemos no tie-breaker."

Os integrantes da seleçao chegaram nesta quinta-feira, em Sao Paulo, após uma viagem de mais de 30 horas desde Nagoya, que a atacante de meio-de-rede Janina definiu como "interminável". Apesar de cansada, a jogadora, de 27 anos e 1,92 m, disse que estava satisfeita pela classificaçao do Brasil à Olimpíada de Sydney, no ano que vem. Janina teve uma crise de hipoglicemia pela segunda vez na Asia nesse campeonato, fruto de uma alimentaçao inadequada. "Eles só comem macarrao e fritura", comentou.

Ana Moser, a capita do grupo, disse que foi excelente obter a vaga olímpica em uma competiçao em que todas as seleçoes "estavam com a corda no pescoço" brigando por apenas três vagas. Elogiou a evoluçao da defesa e do bloqueio do Brasil, disse que o atual grupo ainda vai crescer, adquirir maturidade, e que é possível chegar ainda mais perto de Cuba e Rússia, as outras duas seleçoes classificadas para Sydney, em primeiro e segundo lugares na Copa do Mundo.

Virna classificou a atual seleçao, como um time que nao tem craques, mas é formado por "guerreiras". Observou que conseguiram enfrentar um campeonato desgastante, mantendo-se no pódio. "Fiquei feliz pelo ano que tivemos e pelo grupo."




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