Economia Titulo
BC prevê inflação de 5,8% neste ano
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
30/06/2011 | 07:22
Compartilhar notícia


A inflação para as famílias com renda entre um e 40 salários-mínimos será de 5,8% neste ano. Esta é a previsão dos diretores do Banco Central publicada ontem no relatório trimestral de inflação.

Portanto, em média, produtos que custavam R$ 5 em dezembro de 2010 atingirão R$ 5,29 até o fim deste ano. E uma cesta de itens de R$ 400, na mesma comparação, passará a R$ 423,20. Os resultados desconsideram alterações na projeção do BC.

O Banco Central elevou a expectativa em relação ao último relatório, publicado em março. Naquele mês, a autarquia monetária aguardava avanço acumulado de 5,6%.

Mas o cenário referência também foi alterado. Os diretores calcularam a inflação em março considerando que a taxa básica de juros Selic fosse mantida, até o fim do ano, em 11,75%. E para o dólar, a taxa cambial de R$ 1,65.

Na publicação de ontem, o cenário referência considera Selic em 12,25%, percentual alterado pelo Comitê de Política Monetária neste mês. Para o dólar, é esperado manutenção em R$ 1,60.

Portanto para o BC, a pressão inflacionária deste ano, por enquanto, não terá grande impacto negativo na atividade econômica brasileira.

O Conselho Monetário Nacional estipulou a meta de inflação, para este ano, de 4,5%, com teto de 6,5%. Se a expansão da média de preços aos consumidores ficar dentro desta margem, não causará prejuízos à economia. No entanto, o ideal é que o IPCA fique bem próximo aos 4,5%.

CONTRIBUIÇÕES - O relatório aponta que as commodities, mercadorias primárias negociadas internacionalmente, exercem grande pressão para a inflação dos consumidores. E o impacto não ocorre apenas no Brasil.

"Embora a atividade econômica apresentasse sinais de desaceleração em importantes economias maduras, a inflação global seguiu em trajetória crescente no trimestre encerrado em maio, refletindo, principalmente, a elevação nos preços das commodities, sobretudo agrícolas e energéticas, iniciada no segundo semestre de 2010", expõe o documento.

No entanto, a perspectiva para os próximos meses é de trajetória de desaceleração da inflação. A autoridade monetária avaliou que em caso de persistência na queda das commodities, pode haver "desaceleração dos índices de inflação no decorrer do ano".

Para 2011, os diretores do BC explicaram que o "comportamento dos preços ao consumidor nos últimos meses refletiu, em parte, o esgotamento de pressões sazonais relacionadas ao grupo educação e a desaceleração dos preços livres, em especial, no grupo alimentação".

 

Brasil está abaixo de países desenvolvidos em crédito

De abril de 2005 para o mesmo mês neste ano, o saldo de crédito no Brasil passou de 26,3% do Produto Interno Bruto para 46,6%. Apesar da evolução, o Banco Central informou que o resultado brasileiro está bem abaixo de países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, por exemplo, o crédito representa 86,4% do PIB.

A comparação conta com sete países mais a média da região do euro. A Espanha tem a melhor qualificação na relação entre o crédito do país e seu PIB, com 134,7%.

A questão é que os países desenvolvidos, e com economias superiores em maturidades do que o Brasil, têm o índice de crédito em relação ao PIB maior. A Holanda tem este indicador em 134,7%. Já a média da área do euro está em 105,9%. França e Itália têm, respectivamente, o saldo dos empréstimos equivalentes a 95,4% e 96,2% de suas produções de riquezas. A Alemanha tem 09%.

Na América Latina, o Brasil tem destaque. Está bem na frente da Argentina, segundo o levantamento do BC. O crédito argentino equivalia a 16,4% do PIB do país em abril.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;