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Vazamentos respondem por até 23% das perdas
Michelly Cyrillo
Do Diário do Grande ABC
31/07/2010 | 09:20
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Ricardo Trida/DGABC


Evitar e conter vazamentos são desafios para empresas distribuidoras de água em todo o mundo. Apesar dos diversos programas para combater perdas no Grande ABC, os números são altos. No primeiro semestre, entre 8% e 23,8% da água tratada foi perdida nas sete cidades.

A Sabesp é responsável pelo abastecimento de São Bernardo, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Dessas, São Bernardo é a cidade que mais apresenta perda - cerca de 20% da água disponível para o consumo é perdida. Mas ao que isso equivale em litros?

A empresa não pôde informar o volume de água distribuído nesses municípios. "A Sabesp possui um sistema de abastecimento amplo, com diversas estações de tratamento para a região metropolitana. Não tenho como informar o volume disponível para esses municípios porque a água vem de mais de uma estação. É uma conta complicada, não é tão simples para calcular quantos metros cúbicos são perdidos. O que eu tenho é a porcentagem aproximada de cada município", disse o superintendente da Sabesp da Unidade de Negócio Sul, Roberval Tavares de Souza.

Ribeirão Pires tem 18% de perda e Rio Grande da Serra 8%. A Sabesp informa que recebe cerca de 60 chamados de consumidores por dia para consertar vazamentos nesses municípios.

Já o Semasa (Ser viço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) consegue ser mais preciso. Dos 4,8 bilhões de litros disponibilizados para consumo, foram perdidos em vazamentos cerca de 538,8 milhões de litros (11%). A autarquia recebe em média 27 chamados diários pedindo consertos.

Em São Caetano, o DAE (Departamento de Água e Esgoto) informou que perde mensalmente 23,83% do total de 16,7 bilhões de litros de água enviados para consumo. Essa é a cidade que recebe menos chamados diários para contenção de vazamentos - cerca de três.

Todas as empresas afirmaram investir em programas de combate a perda por vazamento, uma das ações é a troca de redes e ramais antigos. A Sabesp possui o Programa de Redução de Perdas, no qual está investindo cerca de R$ 3 milhões no Estado. Até 2019, a meta da Sabesp é baixar para 14% o volume de perdas entre as físicas e as comerciais (erros de medição, fraudes e ligações irregulares).

As empresas responsáveis em Diadema e Mauá informaram que, por problemas de sistema ou agenda dos responsáveis, não poderiam informar os dados dos municípios até o fechamento desta edição.

 

Conserto pode demorar até um dia

 

A demora no envio de profissionais para reparo de vazamento indigna população e ambientalistas. O tempo para a primeira equipe tentar solucionar o problema na região varia de 30 minutos à 24h na região.

"É um absurdo ficar desperdiçando água limpa. A água é uma riqueza da natureza e custa caro, é algo escasso, não pode ir para o esgoto desta maneira. As empresas precisam ter atendimento e equipes para reparar os vazamentos em tempos menores. A humanidade paga caro por essa água que vai para o ralo", disse o ambientalista Virgilio Alcides de Farias.

Na região, a empresa que demora mais para enviar a primeira equipe após o chamado do consumidor é a Sabesp - 24 horas. O Superintendente da Unidade de Negócio Sul da Sabesp, Roberval Tavares de Souza, afirmou que o atendimento é padrão. "Temos equipe disponível para atender chamados em número suficiente. Contamos também com funcionários de empresas terceirizadas. É padrão o atendimento em 24 horas. Atendemos em tempo menores situações emergenciais, no qual o vazamento oferece algum tipo de risco".

Porém, o Diário publicou na edição de ontem o caso de um vazamento no bairro Assunção, no qual a moradora afirma que ficou com a casa alagada uma semana.

"Cansamos de ligar e pedir o reparo logo. A primeira equipe veio três dias depois, e até encontrem o ponto do vazamento ficamos com a água sendo perdida uma semana", disse Erica Cristina Miranda dos Santos, 24 anos. O superintendente da Sabesp afirmou que este foi um caso atípico. "Oferecemos atendimento 24 horas, e as equipes vão ao local o mais rápido possível, este foi um caso isolado."

Em Santo André, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) informou que atende em média em até 9 horas e o DAE (Departamento de Água e Esgoto) em São Caetano afirmou que atende em 30 minutos após o munícipe fazer a reclamação. As companhias distribuidoras de água de Diadema e Mauá não informaram até o fechamento desta edição.

 




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