Começa a repercurtir no mundo do tênis as declarações do ex-tenista André Agassi, que assumiu em sua autobiografia Open: an autobiography, que consumiu a droga crystal meth e que mentiu à ATP (Associação de Tenistas Profissionais) para não ser punido após ser pego no exame antidoping.

Ontem, o australiano John Fahey, presidente da Wada (sigla em inglês para Agência Mundial Antidoping), afirmou que espera que as autoridades do tênis expliquem o porquê de o norte-americano não ter sido punido pela ATP, mesmo após o exame atestar positivo.

Fahey também garantiu estar decepcionado com a revelação feita na biografia de Agassi. "Gostaríamos, agora, que Andre Agassi visse seu papel como modelo para os jovens e alertasse dos perigos das drogas e do doping", ressaltou.

Em comunicado, a ATP também se defendeu por não ter punido o norte-americano. "O programa contra doping do tênis estipula, e sempre foi assim, que a decisão sobre a violação ou não das regras antidoping sejam feitas por um tribunal independente", explicou a entidade. "A ATP sempre respeitou esta regra e nenhum integrante da ATP tem o poder ou os meios para decidir sobre as consequências em um caso de doping", lembrou.

O presidente da ITF (sigla em inglês para Federação Internacional de Tênis), o italiano Francesco Ricci Bitti, também divulgou comunicado lamentando o caso e reforçou que o doping de Agassi ocorreu em 1997, quando os exames antidoping da ATP não eram comandados pela ITF, isentando, a entidade de culpa.

Longe das quadras desde 2006, André Agassi voltou a causar polêmica ao confessar que, por intermédio de seu ex-assistente Slim, consumiu a droga crystal meth, em 1997, e que mentiu às autoridades para não ser punido após ser flagrado em exame antidoping.

"Escrevi uma carta à ATP para informar que Slim era um consumidor regular de drogas e que misturava com frequência a meth com refrigerantes, o que era verdade. Mas contei que bebi um destes refrigerantes por acidente", explica Agassi no livro.