O Esporte Clube Santo André completa hoje 44 anos de uma vida repleta de altos e baixos. Se colocar na balança, são mais glórias do que decepções, principalmente no início do século 21 com os títulos da Copa do Brasil (2004), da Copa São Paulo de Juniores e da Copa Estado de São Paulo (ambas em 2003). Por outro lado, nos primeiros passos dessa caminhada teve de superar crises financeiras e políticas. Mas justamente nas últimas temporadas vive a fase mais crítica, com problemas técnicos e na gestão empresarial.

Começou 2011 recém-rebaixado para a Série C do Brasileiro e colecionou outra queda, agora à Série A-2 do Paulista, após terminar na lanterna do torneio que no ano anterior fora vice-campeão. Há três dias, graças à decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, salvou-se da terceira degola seguida, desta vez para a sombria Série D, ganhando presente antecipado.

Por outro lado, a salvação encobre os problemas extra-campo , que vão desde a torcida que briga com o time até a administração que renova o grupo a cada semestre com apostas que não vão além disso, passando por elenco e comissão técnica, a todo instante alteradas. Em meio a tudo isso, hoje a equipe entra em campo para cumprir tabela contra o Brasil de Pelotas, justamente o time punido pelo tribunal e que acabou relegado à Série D.

O principal objetivo é provar que a equipe tinha condições de se salvar dentro das quatro linhas. Antes da decisão do tribunal, só a vitória dava ao Santo André a condição de disputar de novo a Série C em 2012, e era nisso que o técnico Rotta buscava motivação.

Mesmo assim, a partir das 16h, no Estádio Bento Freitas, o time vai preparado para encarar batalha, não apenas para se afirmar, como para superar a mágoa dos gaúchos com a decisão do STJD.

"Em termos de tabela não vale muita coisa, mas é um jogo de responsabilidade. Vamos procurar a vitória da mesma forma", disse o treinador, na intenção de pôr fim a qualquer tipo de comentário posterior de que a salvação veio no tapetão. "Além disso, é no dia do aniversário. Faremos de tudo por uma vitória de presente", emendou o técnico.

Em Santo André, na Praça 18 do Forte, no Centro, torcedores e ex-jogadores se reunirão a partir das 19h para comemorar os 44 anos.

Mesmo sem garantia, Rotta visa 2012

Após a derrota para a Chapecoense, na segunda rodada da Série C, a diretoria do Santo André optou pela saída de Sandro Gaúcho do comando da equipe. No dia seguinte, atendendo a pedido e indicação da torcida, Rotta foi anunciado para levar o Ramalhão para a segunda fase. Quatro jogos depois, novo revés para a equipe de Chapecó deu ao clube a condição de brigar contra o rebaixamento. O STJD agiu, rebaixou o Brasil, e agora o time apenas cumpre tabela. Se bem que não é assim que o treinador vê o duelo de hoje, mas sim pensando no futuro.

Apesar de seu vínculo com o Santo André acabar no fim da Série C, portanto após a partida contra o Brasil, o técnico já demonstrou interesse em permanecer. Consequentemente, fazer o planejamento para resgatar o clube da Série A-2 e colocar de volta na elite estadual. E caso isso aconteça, quer aproveitar até o último instante da atual temporada para testar quem tem condições de ser reaproveitado.

"Minha conversa com o presidente quando acertei era de ficar até acabar a Série C. Mas quero permanecer, dar continuidade ao trabalho. Estou acostumado com a Série A-2. São muitos anos disputando a competição (nesta temporada, inclusive, subiu o Grêmio Catanduvense). O Santo André será a equipe de mais nome, com camisa de peso, mas só isso não ganha jogo. É obrigatório formar equipe competitiva para conquistar o acesso depois de tantos descensos", avaliou.

Dois jogadores que ainda não foram relacionados nesta Série C devem ter suas chances. O zagueiro Vitor Hugo será titular, enquanto o meia Júnio vai para o banco de reservas. "Vamos dar oportunidade a eles para ver se preciso num amanhã. Nunca se sabe", afirmou. Outros, como o lateral-esquerdo João Lucas e o meia Cesinha podem ter suas chances de mostrar serviço, afinal estão em fase final de vínculo.

"Domingo (hoje) termina o campeonato para nós. O contrato da maioria dos jogadores vence em novembro, porque a diretoria acreditou que chegaríamos mais a frente (leia na matéria ao lado)", concluiu o técnico Rotta.

Partida significa despedida de vários atletas andreenses

O jogo de hoje tem tudo para ser o último do Santo André em 2011. Com isso, pode significar o fim da linha para 17 jogadores com contratos por vencer em breve. Quatro deles sequer terão como se despedir da camisa andreense, casos do zagueiro Sandoval (machucado), do lateral Andrezinho, do volante Negretti e do meia Cristiano Brasília (suspensos).

"Infelizmente meu último jogo foi uma derrota (contra a Chapecoense), mas vamos ver. Espero continuar no clube", afirmou Brasília, punido pelo STJD. "Minha passagem foi conturbada. Infelizmente joguei pouco e não pude ajudar muito", disse Negretti, expulso duas vezes e suspenso por cinco jogos pelo tribunal.

O atacante Vanderlei é outro que se despede hoje. Emprestado pelo Paulista até 30 de novembro espera sair por cima. "Minha vontade era ficar por mais tempo. Me senti bem aqui, fui bem recebido. Espero me despedir com gol."

Os outros com vínculo próximo de expirar são: André Luís, Gustavo, William Amorim, Alemão, Marcelo, João Lucas, Iran, Daniel Gigante, Batata, Cesinha, Henrique e Raul.

Chapecoense busca liderança contra o já eliminado Caxias

Jogar em casa, com apoio da torcida, contra um time que já não tem mais ambições no campeonato. Este é o cenário favorável que a Chapecoense tem hoje, às 16h, contra o Caxias, na Arena Condá, em Chapecó.

Atualmente na vice-liderança do Grupo 4 com 13 pontos, o Verdão do Oeste recebe a equipe grená, terceira colocada com oito, e que tampouco classifica caso vença quanto cai se perder.

Embalado pela vitória fora de casa sobre o Santo André por 2 a 0, o time catarinense ultrapassa o Joinville (líder, com 15 pontos) em caso de vitória. Qualquer outro resultado é zebra.