Sem ter em mãos qualquer autorização do governo federal para início das obras, a Prefeitura de Ribeirão Pires convocou na segunda-feira coletiva de imprensa para realizar a assinatura da ordem de serviço para reiniciar a construção de viaduto de transposição sob a via férrea da cidade. Anunciado em 2014, o projeto cujo objetivo é interligar a região central ao Centro Alto do município, sequer possui garantia da União para o repasse de suas verbas.

Marcada para ontem, a coletiva de imprensa que contaria com a presença do secretário de Obras, José Carlos Agnello, foi desmarcada meia hora antes do seu acontecimento. Sem justificar o cancelamento do evento, a administração municipal se limitou a dizer, em nota, que a prefeitura “aguarda tramite burocrático e ainda não há data prevista para reinicio (das obras)”.

Segundo informações obtidas pelo Diário, funcionários do próprio Paço não entenderam a convocação da cerimônia. Membros da gestão Benevides relatam que a coletiva foi feita às pressas pelo próprio secretário e cancelada por ele mesmo sem qualquer justificativa.

Para agravar a situação, ontem questionada pelo Diário sobre o motivo do cancelamento do evento, a Prefeitura detalhou em nota que o projeto tem custo estimado em R$ 1,4 milhão, valor R$ 57 milhões mais barato que o original.

Visto como a maior obra viária do município nos últimos anos, o complexo viário que terá largura de 11,5 metros e duas faixas é mais uma das promessas da gestão Saulo Benevides (PMDB) que encontra dificuldades para sair do papel.

Orçado em R$ 58,4 milhões, o projeto teve seu convênio firmado, junto à Caixa Econômica Federal, no fim de 2014. Na época, o empreendimento foi incluído no pacote de obras que receberiam recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Mobilidade. Entretanto, após o governo federal apresentar dificuldades financeiras, o município optou por engavetar temporariamente o projeto.

A construção do viaduto só voltou a ser pauta no Paço no início deste ano, quando a Prefeitura de Ribeirão Pires divulgou a homologação do contrato com a Construtora Capellano para construção do empreendimento. Embora tal medida mostrasse avanços no andamento da intervenção, o projeto ainda necessitava de autorização do governo federal para o início de suas obras.

De acordo com o Ministério das Cidades, “a Prefeitura já licitou o processo e os trabalhos já foram concluídos, porém, a autorização e início de obras não foi emitida pelo órgão, pois depende de disponibilidade orçamentária e financeira da União”

Projetos voltados para área de Mobilidade não avançam na cidade

Propostas feitas pelo prefeito Saulo Benevides (PMDB) para a área de Mobilidade Urbana, durante as eleições de 2012, ainda encontram obstáculos para serem efetivadas pela administração municipal. Entre as propostas de destaque, dois projetos ambiciosos retratam bem as dificuldades da atual gestão.

Sem itens técnicos que justificariam sua viabilidade, a instalação de bondinho no Jardim Caçula e a construção de uma minirodoviária na região do Centro Alto foram descartadas pelo Paço, embora as
Segundo a administração municipal, no caso da proposta para instalação do bondinho o projeto foi “alterado radicalmente após concluir estudo de viabilidade e impacto na região. Assim, ao invés de promover o transporte via gôndolas em cabos, a Prefeitura optou por asfaltar ruas do bairro”.

Já de construção de mini rodoviária no Centro Alto, o projeto foi repassado para o Estado, entretanto, até o momento não avançou.