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Ministério Público pede fim dos sigilos de Eduardo Jorge
Do Diário do Grande ABC
16/07/2000 | 20:41
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O Ministério Público Federal vai pedir nesta segunda a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do ex-secretário-geral da Presidência da República, Eduardo Jorge Caldas. Os procuradores esperam receber na segunda da junta Comercial da capital a lista das empresas do ex-secretário-geral da Presidência para justificar os pedidos.

"Há indícios de que o ex-secretário teria participado direta ou indiretamente das discussoes de liberaçoes de verbas para o TRT de Sao Paulo", disse o procurador regional dos Direitos do Cidadao, Guilherme Schelb. Segundo ele, Eduardo Jorge será também investigado a respeito da sua evoluçao patrimonial nos últimos anos por procuradores do Rio de Janeiro, onde ele tem residência.

As novas providências do Ministério Público estao sendo realizadas independentemente do inquérito aberto pela Polícia Federal para periciar e investigar quem produziu as fitas com as gravaçoes de Nicolau que envolveram o ministro do Planejamento, Martus Tavares. O governo estava apostando na desqualificaçao das fitas para amenizar a crise política, mas os procuradores vao prosseguir nas investigaçoes.

A investigaçao tem como principal objetivo saber se o ex-secretário ou suas empresas foram beneficiadas com os recursos desviados das obras superfaturadas do Fórum Trabalhista de Sao Paulo.

Outra alternativa para atingir o mesmo objetivo começará a ser feita também na segunda por procuradores da República em Sao Paulo. Eles vao começar a analisar a documentaçao encaminhada na última sexta-feira pelo Banco Central com a movimentaçao bancária de 44 liberaçoes de recursos públicos feitas à construtora Incal.

Já foram identificadas quatro empresas criadas pelo ex-secretário após ele ter deixado o governo, em abril de 98. Ele é sócio da EL Associados, da EJP Consultoria, da Metaplan e da Metacor. Essas empresas atuariam como lobbystas no governo em defesa de grupos econômicos. O Ministério Público estuda investigar também as atividades de Eduardo Jorge nos fundos de pensoes ligadas a estatais do governo.

O Ministério Público também deverá receber amanha as duas fitas da revista Isto É com gravaçoes do juiz foragido Nicolau dos Santos Neto. Além da perícia das fitas, a Polícia Federal vai abrir inquérito vai apurar o suposto envolvimento do senador cassado Luiz Estevao e seu assessor Fábio Simao na produçao das gravaçoes. Simao será convocado a depor.




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