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Recuperação de crédito cresce até 25%
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
10/10/2010 | 07:51
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A queda dos índices de inadimplência e o forte ritmo de consumo deixaram as empresas de recuperação de crédito no Brasil rindo à toa. No ano passado o setor cresceu dois dígitos, entre 20% e 25%, garantindo movimento de R$ 8,3 bilhões no mercado. A expectativa do mercado para 2010 também é otimista. Para manter o crescimento elas têm no segmento de veículos o principal alvo.

O boom da economia e a facilidade na aquisição e parcelamento de crédito, levou o setor automotivo a esbanjar neste ano, batendo todos os recordes de faturamento.

Além disso, 9,5 milhões de pessoas que adentraram ao fabuloso mundo do consumo têm a intenção de financiar um automóvel até o fim do ano. Esse número explica também o crescimento da inadimplência do setor, que hoje representa 38% do faturamento das empresas de recuperação de crédito.

"É importante ressaltar que não é um segmento fácil. É muito oneroso e trabalhoso se envolver nesse setor, que exige credibilidade, mão de obra complexa e bom trabalho junto ao setor judiciário", explica o presidente da Aserc (Associação Nacional das Empresas de Recuperação de Crédito), José Roberto Romeu Roque.

Nunca tantos veículos foram apreendidos como em 2010. A margem de lucro do segmento é de 11%, no entanto, o empresário avalia que o bem, que é a principal garantia do empréstimo, nem sempre ajuda.

"Hoje, temos parcelamentos em até 72 vezes e o veículo pode ser batido, roubado ou deteriorado pelo uso. Esses aspectos contam muito no lucro final. Também é preciso, junto com o judiciário, encontrar o carro", pondera.

OUTROS SETORES
Além dos veículos, todos os outros segmentos da recuperação de crédito também mantêm boa expansão. "As pessoas pensam que lucramos com a crise. É verdade. Mas quando a população está otimista e consumindo, o nosso faturamento pode ser ainda maior", comenta Roque.

A matemática é fácil. Para se ter acesso ao crédito, é necessário também quitar contas. "Apesar disso, nosso crescimento foi ainda maior em 2008, quando tínhamos também as empresas preocupadas em manter o crédito", avalia.

Para 2011, a previsão do setor também é boa. "Quanto mais consumo tivermos, melhor gira a roda da economia para todos", finaliza o executivo.


Mercado ainda tem capacidade para dobrar expansão atual

Além do bom momento que vive hoje por conta da economia aquecida, as empresas de recuperação de crédito esperam que o mercado dobre de tamanho em relação ao que movimenta atualmente, pelo menos no setor de carros. A Aserc (Associação Nacional das Empresas de Recuperação de Crédito) estima que o aumento do poder aquisitivo da nova classe média ainda é tímido no mercado de automóvel, mas será ainda maiores nos próximos anos.

"A inadimplência no segmento de veículos ainda é muito alta. Mas apesar disso, pode-se aumentar o crédito para essa faixa de renda em até 90%, e ainda não teremos riscos de bolha", afirma o presidente da Aserc, José Roberto Romeu Roque.

Para discutir a expansão do segmento, a associação realizou na semana passada o Congresso Nacional de Recuperação de Crédito. O evento foi destinado aos empresários e executivos de cobrança e crédito, além de representantes de bancos, financeiras e varejistas. Foram realizadas palestras e painéis com profissionais das principais empresas do segmento e do mercado financeiro. (Paula Cabrera)

De acordo com Roque, o congresso serviu como ponto de encontro para gerar negócios, além de palco para debates de importantes questões do setor de cobrança.

"Nosso setor emprega mais de 300 mil trabalhadores e representa 15 mil empresas. A profissionalização do mercado é um caminho sem volta e o encontro discutirá temas fundamentais para contratantes, contratadas, fornecedores e profissionais do mercado", afirma.

Nos painéis foram abordados temas como governança corporativa, relações trabalhistas, educação financeira, panorama do crédito e da cobrança e eficácia e eficiência nas cobranças entre outros assuntos.




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