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Promessa de pagamento ao Semasa esfria CPI
Havolene Valinhos
Do Diário do Grande ABC
08/02/2011 | 07:37
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Andréa Iseki/DGABC


A polêmica em torno do rombo financeiro de R$ 26 milhões do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) tomou corpo nos últimos dias, inclusive com possibilidade de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara. Mas, agora, esse discurso perde fôlego porque a promessa de pagamento de R$ 15 milhões do deficit, por parte do governo estadual, vai melhorar consideravelmente a situação da autarquia.

Foi por conta desse compromisso firmado no mês passado entre o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito Aidan Ravin (PTB) e o secretário municipal de Saúde e Gabinete, Nilson Bonome, que o vereador governista Alemão do Cruzado (PSL) decidiu recuar e não mais protocolar no Laegislativo o pedido de CPI para investigar a dívida.

O Semasa confirmou que está preparando a documentação para que o governo de São Paulo libere o montante, mas ainda não há data para isso. O curioso é que a história ainda não está tão clara para Alemão, uma vez que ele entendeu que o recurso próprio de R$ 15 milhões, gastos com intervenções de contenção do Rio Tamanduateí na Avenida dos Estados em 2009, que deve ser reembolsado pelo Daee (Departamento de Água e Energia Elétrica), já tinha chegado aos cofres do Semasa. "O (superintendente da empresa Ângelo) Pavin é uma pessoa que confio. Ele me disse com todas as letras que o dinheiro já havia retornado para o caixa. Vou tirar essa dúvida amanhã (hoje) de manhã."

Apesar do quadro, Alemão preferiu evitar falar em CPI ou qualquer movimento mais contundente de investigação do órgão municipal. "Não quero me precipitar mais uma vez", ressaltou, referindo-se à atitude tomada sexta-feira, quando ameaçou entrar com o pedido de inquérito. Pouco antes, Alemão afirmara que havia se equivocado por agir desse modo. "Vou reunir os vereadores e explicar o que me passaram. Não devemos abrir CPI por abrir. Se for o caso, é importante até chamar o Pavin aqui (na Câmara)."

Na outra ponta, a bancada de oposição, formada pelos seis vereadores do PT, promete lutar pela sétima assinatura necessária para a abertura da CPI. Mesmo diante da situação que se desenha, os oposicionistas ainda esperam conseguir o apoio de Alemão.

Outra possibilidade seria mais um aliado do governo petebista, Paulinho Serra (PSDB), que se mostra indefinido. "Considero o caso do Semasa grave. Se me comprovarem (irregularidades) por meio de documentos, assino com toda certeza. Mas não dá para assinar qualquer papel de pão e transformar em CPI", avaliou o tucano.

O prefeito Aidan Ravin (PTB) negou ontem que exista rombo nas contas do Semasa, "Acho que está tendo uma grande confusão. Há desencontro de contas por causa do não pagamento do governo estadual e federal." Porém, Aidan admitiu ser legítimo os vereadores pedirem explicações. "Não posso falar para o vereador não fazer, é um direito dele."




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