O subprefeito de Riacho Grande será apenas peça decorativa em São Bernardo. Um dia após cumprir acordo político com o DEM e nomear o irmão do vereador Fábio Landi - o advogado Fausto Landi - para administrar o subdistrito, o prefeito Luiz Marinho (PT) assegurou que o aliado "será subordinado". "Ele não será dono do Riacho Grande. Quem vai governar a cidade sou eu, com meus auxiliares. Ele será mais um auxiliar, como tantos outros."

O chefe do Executivo afirmou desconhecer o histórico profissional do subprefeito e justificou a nomeação alegando lealdade ao partido que lhe garantiu maioria na Câmara. "Sempre disse que os aliados teriam espaço no meu governo. Ele (Fausto) é irmão do vereador e tem vínculo com a região", argumentou.

Apesar de desconsiderar a questão política seguindo à risca a Lei Orgânica - que trata o primeiro escalão como ouvidores do prefeito -, Marinho evidenciou que o partido terá representatividade maior. Sem adiantar os possíveis cargos que o DEM poderá ocupar, o petista negou a especulação de que o vereador Ramon Ramos, também democrata, indicaria funções na Secretaria de Serviços Urbanos. "Não é verdade. Não sei o que as pessoas dizem, mas não estou preocupado com isso. Fiz uma composição com o DEM e eles terão possibilidade de participar da gestão, assim como os outros partidos", enfatizou.

A garantia de Marinho incomodou os próprios aliados do PT. O ex-vereador Oswaldo Camargo (PTB) questionou a aliança feita às vésperas da eleição da mesa diretora do Legislativo. "Ele tinha de negociar para fazer a maioria, mas as pessoas que atrapalharam a campanha têm mais valor do que aqueles que ajudaram."

O ex-parlamentar, que, segundo ele, chegou a reivindicar a subprefeitura ao vice-prefeito Frank Aguiar (PTB), acusou Fábio Landi de "oportunista". "Ele está mentindo. Não tem base eleitoral no Riacho Grande. Só aproveitou a oportunidade para pegar a subprefeitura", disparou.

O vereador e o subprefeito não foram localizados para comentar o assunto.