A Prefeitura de Santo André planeja transformar o elevado Antônio Adib Chammas, que liga a região central aos bairros do 2º Subdistrito, em viaduto estaiado. O objetivo é alargar o trecho de 200 metros que transpõe o Rio Tamanduateí e Avenida dos Estados. No lugar das pilastras de concreto, a ideia é que as pistas sejam sustentadas por cabos de aço.
A construção de faixas adicionais já estava prevista no projeto original do viaduto, inaugurado em 1981. Trinta anos depois, o município vai, finalmente, tirar o plano da gaveta. Para viabilizar essa e outras três obras viárias de médio porte (duas na Avenida Pereira Barreto e uma no bairro Santa Terezinha), a Secretaria de Obras e Serviços Públicos firmou contrato com a Geométrica Engenharia de Projetos, empresa que venceu licitação para realizar os estudos de viabilidade. As análises sobre o pacotão viário custarão à Prefeitura R$ 600 mil; os laudos técnicos devem ser concluídos até abril.
O secretário de Gabinete, Nilson Bonome (que também responde pela Pasta de Saúde), disse que levantamento preliminar mostrou que a construção das faixas extras no Adib Chammas, pelas técnicas tradicionais, custaria entre R$ 6 milhões e R$ 8 milhões. "Passamos a cogitar o modelo estaiado por ser mais moderno. O estudo que contratamos vai revelar se é viável economicamente", afirmou.
Nos horários de pico, o viaduto, com cerca de um quilômetro de extensão, registra tráfego de cerca de 6.800 veículos, nos dois sentidos. Congestionamentos são constantes, já que as pistas sobre a Avenida dos Estados são mais estreitas do que no restante do elevado - duas no sentido bairro e uma no sentido Centro.
Por conta das ligações que oferece, interdições no principal elevado da cidade provocam longos pontos de lentidão. No primeiro trimestre, a Prefeitura fez obras de manutenção no elevado, que se prolongaram por 83 dias, quase todos de tráfego muito complicado.
Outro projeto que integra o pacotão viário pretende resolver problema no bairro Santa Terezinha, na ligação da Avenida dos Estados e do Viaduto Castello Branco.
Diferente do Adib Chammas, o elevado não atravessa a Avenida dos Estados e o Rio Tamanduateí. O motorista que está no corredor tem de parar em semáforos para entrar ou sair. A existência de faróis e dos cruzamentos forma filas de veículos.
Quem deixa o bairro pela Alameda Martins Fontes para acessar o Viaduto Castello Branco, por exemplo, para em um semáforo antes da Avenida dos Estados e em outro no retorno sobre o Rio Tamanduateí.
O condutor que faz o mesmo caminho, mas não pega o elevado e segue pela Avenida dos Estados sentido Mauá, precisa frear em mais um farol, 60 metros adiante - são três paradas em apenas 220 metros. A intenção é transpor o rio para evitar o trânsito intenso e proteger o tráfego do alagamento das pistas.
O Castello Branco, que recebe até 7.000 veículos por hora nos períodos de maior movimentação, permite acesso aos bairros Jardim e Campestre, a avenidas como a Dom Pedro II e a Industrial, além da Prestes Maia, elo com São Bernardo e a Via Anchieta.
ESTAIADA
Em julho, foi a inaugurada a segunda ponte estaiada da Capital, ligando a Avenida do Estado à pista central da Marginal do Tietê. A estrutura tem 660 metros de comprimento e custou R$ 85 milhões.
A outra estaiada está na Marginal do Pinheiros e foi aberta em maio de 2008. A obra tem 138 metros de altura e cada pista possui 190 metros de extensão, fazendo ligação com a Avenida Jornalista Roberto Marinho. As obras custaram R$ 260 milhões e são hoje também um cartão-postal da cidade.
Avenida Pereira Barreto deve receber duas intervenções
A Avenida Pereira Barreto deve receber as outras duas obras que fazem parte do pacote analisado pela Geométrica. A primeira é a transposição em desnível na altura do cruzamento com a Avenida Gilda.
Há duas possibilidades: o rebaixamento da Pereira Barreto, ou o alteamento e suspensão da Gilda. O encontro entre as duas vias está no caminho que leva à região central, à Vila Assunção e também para São Bernardo.
Seguindo pela Gilda, o motorista que deseja acessar a Pereira Barreto sentido Centro de Santo André precisa parar em dois semáforos em espaço de apenas 70 metros.
O primeiro farol está no cruzamento com o Corredor Metropolitano ABD, pista exclusiva para ônibus. O segundo sinal já está na Pereira Barreto, depois do acesso à Rua Ibiapava, que leva à Vila Assunção.
A quantidade de semáforos e a necessidade de cruzar as pistas provocam congestionamentos, sobretudo nos horários de pico, quando os carros ficam parados esperando a travessia, muitas vezes bloqueando a passagem.
BARRANCO
A segunda intervenção prevista é a contenção do talude entre a Pereira Barreto e Rua Doutor Henrique Calderazzo.
Nas proximidades do Shopping ABC e do Hospital Estadual Mário Covas, o morro é íngreme. Na parte mais alta, a erosão já mostrou seu poder, formando crateras e derrubando parte da terra, que já chegou até a avenida.
Mais deslizamentos podem não só levar terra para as pistas como também atingir a população - que passa pela calçada, descansa na praça embaixo do morro ou utiliza o conjunto de escadas que leva à parte alta, onde está o hospital.
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