Muitos paulistanos deixaram para comprar ovo de Páscoa na última hora e tiveram de enfrentar filas em lojas e supermercados, apesar do aumento médio de 30% nos preços este ano. Na loja de fábrica da Chocolates Di Siena, localizada no bairro das Perdizes, Zona Oeste da capital, o movimento foi intenso desde este sábado pela manhã. Segundo a gerente, Cecília Marconi, a perspectiva da loja é de vender 40% a mais do que no ano passado. A comerciante Norma Calisti, mesmo reclamando da queda nos negócios, não economizou nas compras de Páscoa. Ela gastou cerca de R$ 80 em chocolates para os dois filhos, cinco sobrinhos, quatro tios e os pais. “Não comprei antes por falta de tempo e dinheiro.”

Nas Lojas Americanas do Shopping West Plaza, o autônomo Ricardo Sampaio gastou cerca de R$ 150 em ovos de Páscoa para toda a família. Sampaio, que trabalha em feiras e eventos e não tem reajuste de salários há mais de um ano, comprou ainda um coelhinho da Páscoa para uma sobrinha que não pode comer chocolate. “Os preços estão elevados”, observou.

Uma sondagem feita no dia 11 pela Fecomércio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) mostrou que os paulistanos estavam mais precavidos na hora de fazer as compras da Páscoa deste ano. Das 900 pessoas entrevistadas, 48,7% disseram que pretendiam gastar menos do que no ano passado. Além disso, 47,78% declararam que vão presentear um número menor de pessoas nesta Páscoa. Cada presente deverá ter o custo médio de R$ 13,29.

Outra pesquisa, feita pela Serasa (Centralização de Serviços dos Bancos S.A.) no fim de semana que antecedeu a Páscoa, indicou queda de 1,9% nas vendas do comércio em todo o país na comparação com igual período do ano passado. As vendas à vista e com o uso de cheques pré-datados tiveram recuo de 1,5%, enquanto as vendas a prazo caíram 26,5%.

Na avaliação dos responsáveis pela pesquisa, a comemoração da Páscoa num fim de semana prolongado pelo feriado de Tiradentes, perto do fim do mês, com o pagamento dos salário, contribui para as compras de última hora.