Nilza de Oliveira, secretária de Planejamento e Tecnologia da Informação da Prefeitura de São Bernardo, estaria de saída da administração comandada por seu marido, prefeito Luiz Marinho (PT), rumo ao governo federal. Essa é a informação ventilada nos bastidores da cidade, mas rechaçada por aliados petistas.

Segundo os rumores, a primeira-dama - que assumiria a Pasta de Orçamento a partir do ano que vem com a aprovação da reforma administrativa na Câmara - tem relação desgastada com diversos integrantes do Executivo, causada pelo forte temperamento e cobrança acentuada junto aos escalões de chefia da administração.

Um dos desentendimentos teria ocorrido no início do ano, com o então secretário de Finanças, Jorge Mattoso, que semanas mais tarde deixou o cargo. Outra desavença teria sido protagonizada com o assessor especial de Gabinete, Maurício Soares (PT) -, este, no entanto, sem consequências.

A possível ida de Nilza para Brasília teria o objetivo de apagar a conotação de saída conturbada gerada pelo atual ambiente instalado no Paço. A chegada ao Planalto seria disseminada como um salto na carreira da ex-diretora de Planejamento Participativo da Prefeitura de Santo André (2001 a 2007).

Os supostos destinos da secretária seriam dois. A primeira opção estaria no Ministério de Relações Institucionais. Na segunda-feira, Alexandre Padilha assume interinamente o comando da Pasta no lugar de José Múcio Monteiro, indicado para vaga no TCU (Tribunal de Contas da União). Marinho tem bom trânsito com o novo ministro e Gilberto de Carvalho, chefe de Gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem estaria em conversa para efetivar a transferência.

A segunda alternativa seria ocupar a vaga de Miriam Belchior, que está prestes a deixar a subchefia de Articulação e Monitoramento da Casa Civil. Isso porque há forte corrente no PT para que a ministra Dilma Rousseff deixe a Pasta para se dedicar à campanha à sucessão de Lula. Assim, a secretária executiva do departamento, Erenice Guerra, assumiria a chefia do Ministério, Miriam seria braço direito e Nilza, assistente.

A primeira-dama e Miriam, inclusive, estiveram juntas no trabalho de transição de governo da Prefeitura de São Bernardo, no fim do ano passado. Com outras três pessoas, ambas integravam a equipe de Marinho que atuava junto à administração de William Dib (PSB - 2002 a 2008) na coleta de dados.

Nilza Oliveira não foi encontrada para comentar o caso. O secretário de Governo, José Albino (PT), foi categórico. "Desconheço esse assunto." O líder do governo na Câmara, José Ferreira (PT), reiterou. "Não ouvi nada. Nilza não pode sair de São Bernardo por ser competente nas coisas que se propõe a fazer."