O Corinthians encara o Guarani hoje, às 18h30, no Pacaembu, em clima de despedida. Mano Menezes, treinador que a torcida aprendeu a idolatrar, faz seu último jogo no comando da equipe antes de se apresentar à Seleção Brasileira. A expectativa é que o estádio receba grande público no adeus ao quinto técnico com mais jogos pelo Timão (184). Em campo, a equipe tenta vitória para dedicá-la ao treinador. Pior para o Guarani que pode acabar pagando o pato.

Nas suas últimas atitudes no clube, Mano mudou a escalação. Percebendo que a equipe está pendendo para o lado esquerdo por atuar com meias canhotos - Bruno César e Danilo -, o comandante treinou com Jucilei na vaga de Danilo. Ralf também não tem agradado e deve perder a vaga para Paulinho. Chicão, suspenso, dá lugar a Paulo André.

"Temos sofrido por ter dois jogadores canhotos. Pode parecer discriminação, mas não é. Não estamos conseguindo encaixar a defesa pela direita. Somos obrigados a fazer duas linhas de quatro e temos que trazer um meia canhoto para a direita. Assim o time fica torto na saída quando recuperamos a bola", analisou o treinador.

Outra dúvida é no ataque. Jorge Henrique, considerado titular, está de volta após cumprir suspensão. Iarley, seu substituto, foi bem em Goiânia e até poderia ser mantido na equipe, mas uma torção no tornozelo direito praticamente vetou o atacante. "O Iarley fez um trabalho especial. Talvez, tenhamos mais chances de começar com Dentinho e Jorge (Henrique). Mas vamos esperar", despistou Mano.

Guarani - O Bugre quer se tornar convidado indigesto na festa de despedida de Mano Menezes. Sem vencer a três jogos, a equipe quer mudar a história. "Precisamos ser mais eficientes no último passe, ser mais objetivos, assim os resultados virão normalmente", assegurou o técnico Vágner Mancini.

O zagueiro Fabão, suspenso, deve ser substituído por Rodrigo. A outra mudança é de ordem técnica. O lateral-direito Apodi não teve bom rendimento na estreia diante do Ceará e deve perder a posição para Rodrigo Heffner.

Diretoria coloca Adilson Batista como opção e tenta Parreira
Apesar de ter sondado Adilson Batista, quem pode acabar assumindo a vaga de Mano Menezes é Carlos Alberto Parreira. O ex-técnico da África do Sul é a primeira opção da diretoria que mantém Adilson como carta na manga.

Nem mesmo o fato de Parreira ser pretendido pela CBF para o cargo de coordenador do departamento de seleções, parece preocupar os dirigentes corintianos. A aposta é que a ótima identificação do treinador com o clube será mais do que suficiente para convencê-lo a aceitar o desafio.

Parreira foi técnico do Corinthians em 2002 e ficou perto de conquistar a tríplice coroa. Ele venceu o Torneio Rio-São Paulo, a Copa do Brasil e terminando o Campeonato Brasileiro em segundo, perdendo para o Santos na final.

Um técnico acostumado a salvar a pátria
Mano Menezes nunca se considerou grande jogador, mas gostava demais de futebol para ficar longe dos gramados. Por isso, investiu cedo na carreira de técnico.

Luiz Antonio Venker Menezes nasceu em Passo Fundo (RS) e iniciou a carreira em Venâncio Aires. Jogou no Rosário, no Guarani-RS e no Fluminense como zagueiro, porém. não via grande futuro como jogador. Foi então que resolveu fazer faculdade de educação física e passou a testar fora de campo suas táticas. As primeiras nas categorias de base do próprio Guarani. Passou para o Caxias-RS e para o Internacional. De volta ao Guarani, ganhou o gauchão de 2002. Foi treinador do Iraty, do Brasil de Pelotas e do XV de Novembro.

Fez história ao levar o Grêmio de volta à série A. Em 2007 fez o milagre se repetir no Corinthians, clube em que é aclamado por 100% da torcida. (Malu Souza)