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Atendimento no PS Alvarenga
demora e até polícia é chamada
Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
05/04/2011 | 07:16
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A tarde de ontem foi de confusão e muito bate-boca no Pronto Socorro Alvarenga, em São Bernardo. Pacientes relataram demora de até cinco horas para conseguir atendimento. A falta de médicos para atender a alta demanda de uma segunda-feira também foi citada como um problema recorrente no posto de Saúde, que, de acordo com funcionários, atende de 400 a 600 pessoas diariamente.

A indignação dos usuários aumentou quando, após o almoço, duas pessoas desmaiaram enquanto aguardavam por atendimento na sala de espera. Uma das vítimas era Martimiliano Serqueira, 90 anos, que procurou o PS queixando-se de bronquite e acabou sofrendo uma convulsão. "É um ser humano. Um senhor de idade. Ele precisou cair para ser atendido", disse a neta, Patrícia Aparecida, 23 anos, que chegou ao PS pela manhã.

No meio da tarde uma paciente chamou a polícia na esperança de acelerar o processo. Em seguida, após a chegada da equipe do Diário, pacientes começaram a ser chamados um a um para as consultas. O soldado da Polícia Militar Bruno Daniel Fabiano chegou ao PS com quadro de cefaleia, caracterizada por uma forte dor de cabeça. Vomitando e com febre, o paciente, de acordo com a mãe, precisou voltar várias vezes ao PS para conseguir ser encaminhado para fazer exame. "Faz cinco dias que vou e volto com ele e só dão soro. É uma vergonha", relatou a mãe, Sandra de Souza, 48.

Após o acolhimento de alguns pacientes, um funcionário informou que dois médicos generalistas prestavam atendimento no local. O problema aconteceu por volta de 13h, quando um deles saiu para almoçar e a demanda sobrecarregou o outro profissional.

A deficiência no atendimento ficou nítida quando uma mulher, identificada como Elza do Carmo, chegou em uma viatura da Polícia Militar e teve de ir embora. Amparada por dois policiais, em poucos minutos a vítima voltou para o carro. Segundo os próprios policiais, não havia um ortopedista e nem ambulância para fazer a remoção da vítima, que havia se acidentado na rua momentos antes e andava com dificuldade. Ela precisou ser levada até o PS Central.

SATISFAÇÕES
Procurada, a Prefeitura atribuiu a demora no atendimento e as longas filas à alta demanda de casos de conjuntivite, doença que segue em epidemia no Estado. A secretaria declarou que houve um desentendimento entre a equipe médica e a família de Bruno Fabiano por conta da maior gravidade diagnosticada no caso do paciente convulsionado, Martimiliano Serqueira. Os dois chegaram ao PS praticamente no mesmo horário, o que gerou a confusão momentânea.

A gerência do PS acionou a Guarda Civil Municipal para assegurar a continuidade dos atendimentos.

De acordo com a nota, com o retorno do segundo médico, a situação se normalizou. Socorrido e medicado, Martimiliano foi estabilizado, enquanto o outro paciente com cefaléia passou por exame de tomografia para posterior avaliação do neurologista.




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