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Unimed e Intermédica sondam hospital Neomater
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
28/10/2010 | 12:03
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O hospital Neomater, fechado desde agosto pela Justiça, pode estar perto de conseguir um final feliz. Apesar de acumular dívidas que ultrapassam os R$ 18 milhões, dois grandes grupos de saúde demonstram interesse em assumir o espaço.

As empresas Unimed e a Intermédica participaram de assembleias com credores do hospital, em 1º de outubro, e questionaram valores para realizar a compra ou o arrendamento do espaço. Como o estabelecimento passa por processo de recuperação judicial, a possível cessão precisa ser discutida e votada em assembleia, antes de a decisão ou a oferta de valores ser efetivada. O encontro para discutir a possibilidade está marcado para o dia 12. Caso o local seja vendido ou arrendado, todo o valor que entrar será transferido para quitar antigos débitos.

Apesar de o assunto ainda não ter sido votado, o presidente do SindSaúde/ABC (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde), Waldir Tadeu David, afirma que as empresas já teriam desistido do negócio, assustadas com os débitos deixados pela antiga gestão do hospital. "Apenas as dívidas trabalhistas somam R$ 18 milhões, fora credores de serviços prestados e débitos de impostos com a União e a Prefeitura. O gestor faz questão que o interessado em assumir o espaço firme acordo para regularizar as pendências no prazo de um ano, o que é praticamente impossível", avalia.

O valor global das dívidas deixadas pelo Neomater ainda não foi anunciado pelo interventor do espaço nomeado pela Justiça, o advogado Carlos Alberto Casseb. O escritório, com sede na Capital, ainda faz os levantamentos, que devem ser anunciados na próxima assembleia. O Diário procurou o advogado ontem, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

Apesar das dívidas seguirem incalculáveis, advogados que representam as empresas, afirmam que o rombo é grande. Apenas na última assembleia, que contou com poucos credores, cerca 240 pessoas estiveram presentes, segundo documento que consta no processo.

Questionada sobre o interesse, a Intermédica afirmou que o grupo busca expandir o atendimento e tem grande interesse no público do Grande ABC, no entanto, não confirma se a compra ou o arrendamento da Neomater estaria nos planos da rede, em um futuro próximo.

Já a Unimed, que tem inclusive documento protocolado nos autos do processo de recuperação judicial, preferiu não confirmar o interesse.
Caso os grupos desistam da compra, o hospital deverá ser declarado falido pela Justiça e passará por leilão judicial e penhora dos itens para custear os créditos. Neste caso, as dívidas trabalhistas serão as primeiras a serem liquidadas.


Situação do São Caetano segue sem definição

Também com problemas financeiros, o Hospital São Caetano ainda engatinha na busca por soluções. Apesar de responder por 68 ações judiciais, o estabelecimento não enfrenta pedido de recuperação judicial, o que dá fôlego para que o espaço negocie dívidas antes da possível falência.

O convênio Di Thiene, do qual o Hospital era responsável, já foi liquidado extraoficialmente, a pedido da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). No entanto, trabalhadores do hospital e prestadores de serviço seguem sem prazo para regularizar a situação.

"Tudo está sendo resolvido e discutido internamente. Não estou dizendo que há flores, mas estão sendo discutidos problemas que interessam apenas as partes envolvidas", defende o consultor administrado do Hospital, Valmir Sales.

 




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