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‘Estou louco para ganhar título’, diz Nairo
Analy Cristofani
Do Diário do Grande ABC
17/04/2004 | 20:14
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O momento é de desabafo. “Estou louco para ganhar um título”, confessa o presidente do São Caetano, Nairo Ferreira de Souza. Confiante no investimento feito pelo clube para esta temporada, o dirigente sabe que a conquista do Paulista vai fazer crescer a torcida do Azulão. “Fazemos a nossa parte, montamos equipes competitivas”.

Agora, mais próximo do título e com a chance de chegar à segunda fase da Copa Libertadores, Nairo mostra a importância de se manter entre os melhores. É daí, segundo ele, que vem a receita para que o clube possa montar grandes equipes.

O dirigente falou ao Diário sobre o bom momento do São Caetano, a filosofia do clube em contratar jogadores que tenham a cara do Azulão e como ganha na briga pelos reforços. “Temos um elenco para disputar as quatro competições do ano (Paulista, Libertadores, Sul-americana e Brasileiro) e os jogadores são mais inteligentes, preferem ganhar a metade, mas receber em dia”.

Feliz com a possibilidade do título, Nairo tem um sonho ainda maior: construir um centro de treinamento para o São Caetano em um terreno da avenida Presidente Wilson até o final de sua gestão.

Elenco – “É um dos melhores do país. Lógico que, a cada ano, temos a felicidade de acertar nas contratações. Analisamos a temporada anterior, como o caso do Triguinho (o lateral foi o destaque do Figueirense no Brasileiro, justamente contra o Azulão) e, se tem o perfil do São Caetano, não tem dúvida de que vamos contratar. Joga aqui quem tem família, estrutura, e obedece as regras financeiras do clube. A cartilha é essa.”

Preferência – “O jogador está mais inteligente e não acredita naqueles altos salários prometidos. A filosofia é diferente, preferem jogar aqui pela metade do valor e receber em dia.”

Experiência – “O São Caetano sempre foi um clube que mesclou experiência com juventude, como na época do Luís Pereira, do Serginho Chulapa, do Heriberto, do Agnaldo, e o último foi o Muller. Nesse ano a filosofia é a mesma e encaixamos o Gilberto, o Ânderson (Lima) e o Euller com o Marcelo Mattos, o Thiago”.

Investimento – “É comum dentro de um clube de porte pequeno. Pensamos grande, mas contratamos dentro das nossas possibilidades. Se ganha 10, gasta-se nove. Jamais projetamos algo que não podemos buscar”.

Segredo – “É estar nas grandes competições. Se não for, não tem receita para trazer os jogadores, investir. Se é para negociar, tem de negociar bem. Pode ter certeza que o São Caetano foi o clube que menos investiu. Minha folha de pagamento não passa de R$ 450 mil.”

Dinheiro – “Vem da cota de TV, da Cônsul, do Paulista, da Libertadores, dos associados do clube, que são 7 mil. A Libertadores te paga US$ 125 mil por jogo em casa e a Sul-americana é melhor ainda. No Brasileiro, são R$ 5 milhões, e nem estamos na cota dos grandes clubes.”

Parcerias – “Estamos com a Cônsul desde 2000 e temos contrato até 2006. Ela sempre acreditou no projeto e jamais poderia trocar”.

Presidente-torcedor – “Estou louco para ganhar esse título. Ponho o lado do coração e pesa bastante. Mas como dirigente sei que é apenas um bom momento, que não ganhamos nada. Em 45 minutos já perdi três vezes (João Havelange, Brasileiro e Libertadores). Imagina em 90. Depois sim, se tiver a felicidade de vencer, aí vou dizer que sou campeão.”

Premiação – “Não se falou nisso, vamos esperar o resultado. Toda vez que falamos no assunto não deu certo. Contrato o jogador para fazer grande campanha e ser campeão, premiação vem depois. Eles sabem que serão bem premiados. Mas não ganhamos nada, temos de aguardar o jogo contra o Paulista. O clima não é propício nem para tratar de bicho.”

Torcedor – “A cidade teria de nos ajudar. Nossa função é montar time. Queremos que todos se mobilizem e percebam a importância de uma partida como essa não só para São Caetano, mas para toda a região do ABC. Quantos times antigos nunca chegaram em uma final. O São Caetano tem de mostrar resultados em campo para que sua torcida seja montada. O título forma torcedor e até a própria cidade vai entender melhor isso. Se tivesse conseguido lá atrás, já teríamos mais torcedores.”

Simpatizantes – “Espero ter também o apoio dos simpatizantes. Sei que alguns estão chateados porque perderam para nós. Mas peço que, mesmo com essas derrotas, venham prestigiar o espetáculo”.

Prefeitura – “Ela não ajuda em nada, nem no campo. O que a prefeitura nos dá é a infra-estrutura do estádio, porque é municipal. Nos ajudou bastante em 1989, mas não financeiramente. Ajudava com campo, condução e alimentação das categorias de base. A ligação é zero.”

Objetivo – “É construir o centro de treinamento. Tem o terreno na Presidente Wilson, está na Justiça, mas caminha. Vou me encontrar com o governador Geraldo Alckmin e, quem sabe, não consigo um espaço para construir. São tantos terrenos lá em São Paulo, não é possível que não tem um aqui.”




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