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Mais dois envolvidos no golpe do diploma em Mauá
Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
13/05/2008 | 09:23
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Um mês após o Diário ter revelado um esquema de comércio ilegal de diplomas falsos em Mauá, a Polícia Civil já descobriu o envolvimento de outras duas pessoas, além do golpista Alexandre José da Silva, que realizou a negociação com a reportagem. O documento foi adquirido em apenas seis dias por R$ 500. Toda a transação foi feita a poucos metros da Prefeitura e do Fórum de Mauá.

Além de Alexandre, também foi indiciado por falsificação de documento público o metalúrgico desempregado José Augusto dos Santos, também de Mauá. Em seu depoimento, segundo o delegado José Rosa Incerpi - que preside o inquérito -, ele admite ter intermediado a compra do diploma e que recebeu para isso R$ 250.

José Augusto conta que foi localizado por Alexandre, para realizar o serviço ilegal, na Praça 22 de Novembro, no Centro de Mauá.

Ele revela que, na ocasião, ficou com R$ 50 e foi até a Praça da Sé, no Centro de São Paulo, quando pagou R$ 200 a uma pessoa chamada Roberto para a confecção do diploma falso.

O terceiro envolvido na fraude do documento, porém, ainda não foi localizado. "Fizemos três diligências até a Praça da Sé, mas não o encontramos. Vamos continuar procurando", diz o delegado de Mauá.

No depoimento, o parceiro de Alexandre entra em contradição, ao falar se essa seria a primeira vez que fazia este tipo de fraude. "Primeiro ele disse que sempre que precisava procurava o Roberto na Sé. Depois ele falou que era a primeira vez", conta o delegado.

Na semana passada, Incerpi encaminhou o processo à Justiça para prorrogação de prazo, já que os primeiros 30 dias para a investigação terminaram no último dia 7. "Estamos aguardando a decisão do Fórum para dar seqüência aos levantamentos. Esperamos ter pelo menos mais 30 dias", afirma o delegado. Ele também aguarda o resultado da perícia do documento adquirido pelo Diário e entregue à polícia no dia da publicação da denúncia.

Se forem condenados pelo crime de falsificação de documentos públicos, Alexandre e José Augusto podem pegar de dois a seis anos de reclusão, além de multa.

Negociação - Após receber denúncia anônima sobre esse tipo de comércio ilegal, a reportagem marcou um encontro com Alexandre no dia 28 de março. Após seis dias e apenas três encontros, o documento foi entregue no dia 3 de abril.

Alexandre, então, entregou um certificado de conclusão de curso do ensino médio da Escola Estadual Olavo Hansen, em Mauá.

A dirigente estadual de Ensino de Mauá, Marilene Pinto Ceccon, chegou a dizer que o documento poderia facilmente passar como verdadeiro.




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