A visita de Mehdi à França aconteceu "em caráter particular e por iniciativa pessoal". "Estas discussões informais fazem parte do diálogo regular que mantemos com as autoridades iraquianas", explicaram as mesmas fontes, sem dar maiores detalhes sobre o conteúdo das reuniões.

"Faltando apenas alguns dias para a transferência de soberania iraquiana, no dia 30 de junho, e para o governo interino assumir, a França destaca de novo sua disponibilidade, no plano bilateral e multilateral, para participar da reconstrução política e econômica do Iraque", acrescentaram porta-vozes do ministério francês.

As autoridades francesas dizem estar dispostas a perdoar 50% dos US$ 3 bilhões da dívida do Iraque. Mas os americanos insistem no cancelamento de entre 80% e 90% da dívida iraquiana, que após acumular juros por mais de 20 anos, gira agora em torno de 120 bilhões de dólares.

Segundo a França, o perdão da dívida iraquiana seria difícil de explicar frente aos outros países pobres ou vítimas de conflitos internos, que também tem dificuldades para honrar seus compromissos.

O Iraque, que possui as segundas maiores reservas de petróleo do mundo, "é um país rico, apesar desta dívida", lembrou o presidente Jacques Chirac recentemente.

Cerca de um terço da dívida iraquiana foi contraída com o Clube de Paris, formado pelos principais países ocidentais e a Rússia. O Japão é o principal credor do Iraque, com o qual este tem uma dívida de US$ 4,1 bilhões, em comparação com os US$ 3,5 bilhões devidos à Rússia, US$ 3 bilhões à França, US$ 2,4 bilhões à Alemanha, US$ 2,2 bilhões aos Estados Unidos e US$ 1,7 bilhão à Itália.

O restante da dívida, US$ 80 bilhões, é com países árabes e outros estados que não são membros deste grupo.