Apontado pelo Ministério Público como mentor de uma quadrilha que fraudava seguros, superfaturando o conserto de carros batidos, Paulo Henrique de Oliveira estabeleceu sua rede de negócios no Grande ABC após ter sido condenado por estelionato em Atibaia, no interior de São Paulo.

Oliveira era sócio-proprietário da oficina Atibaia PE Serviços Ltda. Segundo o Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado), a empresa foi fechada em 2004, quando teve início a série de golpes aplicados na região.

Em muitos casos, as peças utilizadas nos consertos eram compradas em desmanches, por valores irrisórios. A cobrança feita às seguradoras, no entanto, se dava sobre valores de partes novas, por meio de notas fiscais da Atibaia Serviços, que desde 2002 estava proibida de emitir os documentos.

Denúncia - Caso o juiz da 5ª Vara Criminal de São Bernardo aceite a denúncia feita pelo promotor Roberto Wider, do Ministério Público, Paulo Henrique de Oliveira pode ser condenado a até 18 anos apenas pelos crimes de estelionato. Ele foi o único do grupo que teve a prisão decretada e está foragido.

Ao todo, 27 pessoas foram denunciadas por envolvimento no esquema. Os integrantes do grupo respondem por crimes como estelionato, formação de quadrilha e falso testemunho.

Entre 2004 e 2005 foram aplicados 18 golpes, que renderam R$ 475 mil em indenizações junto às companhias seguradoras.

Esquema - Oliveira, o líder da quadrilha fazia a negociação entre o dono do veículo batido e a companhia. Os carros eram consertados em uma oficina mecânica de São Bernardo, a Rubi, e a conta encaminhada para a seguradora.

Os valores cobrados eram superiores aos de mercado. Para validá-los, o grupo contava com uma rede de seis oficinas associadas que forneciam orçamentos ainda mais caros.